08 Março 2010
Um corpo que é símbolo de status, no qual a roupa usada é nada mais do que um acessório. E quanto mais malhado, “formatado” esse corpo está, por menos roupa será recoberto. No Brasil, não basta ser magra. A mulher tem que ser sarada, definida, bronzeada, sensual. Mais do que boa mãe, profissional competente e esposa cuidadosa, a mulher tem que enfrentar o “quarto turno” da academia, correndo atrás de um corpo quase sempre inatingível. Esse não pode ser o padrão de uma mulher bem sucedida, afirma a psicóloga Joana de Vilhena Novaes.
“O maior algoz da mulher é ela mesma, que vive buscando a aprovação de outras mulheres”. Para a pesquisadora, é preciso pensar em outro modelo de mulher bem sucedida, porque o atual “está levando as pessoas a um adoecimento extremo”. Temos que pensar numa mulher que comporte falhas, que não criminalize seu corpo por fugir aos padrões e que aproveite momentos como a maternidade, sem querer voltar às pressas à forma anterior. “É complicado resumir a mulher a apenas seu corpo”, assinalou. Na entrevista a seguir Joana comenta, ainda, a relação muito mais liberta, prazerosa e lúdica que as mulheres de classes baixas têm com seus corpos. Elas não ocultam suas imperfeições, e têm “uma sexualidade que é vivida de uma maneira muito mais plena” em relação às mulheres das classes média e alta.
(cfr. notícia do dia 08-03-10, desta página).