24 Julho 2009
O grito dos povos, o grito da terra, o grito das águas, o grito das florestas e o grito da cidade são os cinco clamores da Amazônica. O relato é de Jelson Oliveira, professor de filosofia da PUCPR, agente da CPT-PR e assessor do 12º Encontro Intereclesial das CEBs.
O texto a seguir foi escrito a partir da síntese dos debates de um dos “Rios” (como são chamados os 12 grupos que reúnem cerca de 250 pessoas) em torno da realidade amazônica.
O encontro das Comunidades Eclesiais de Base está reunindo nessa semana em Porto Velho, Rondônia, quase três mil pessoas. O tema do encontro é No ventre da terra, o grito que vem da Amazônia. Com os pulmões inflados pelo ar quente que sopra no coração do Brasil, os delegados, assessores e convidados celebram, refletem, debatem e partilham experiências em torno da missão das Igrejas na defesa da natureza. Trata-se de um verdadeiro pentecostes, como vem sendo chamado esse entusiasmado encontro de diversidades.
Na pauta das discussões está o equívoco de uma civilização que contrapõe desenvolvimento e natureza, gerando um desequilíbrio que prioriza o primeiro à custa da degradação da segunda. Num dos pratos dessa falsa balança, estão as empresas e corporações que mercantilizam e esgotam a terra, e também estão os governos federal, estaduais e municipais, com obras gigantescas que privilegiam os grandes e sacrificam os pequenos. Vista como uma zona de sintropia – para usar uma expressão dos especialistas – a Amazônia assiste a depredação da riqueza e da beleza de suas águas, biodiversidade e energia (os três maiores alvos do sistema capitalista que vigora como pensamento único em muitos gabinetes).
Desde Rondônia, com a voz das Comunidades Eclesiais de Base, a Amazônia toda grita pelo seu povo, pela sua terra, pelas suas águas, pela floresta e pelas cidades.
(cfr. notícia do dia, 24-07-09, desta página).
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Os cinco clamores da Amazônia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU