07 Novembro 2011
A primeira década de funcionamento do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Unisinos inspira o debate da IHU On-Line desta semana. Quais são os rumos da Filosofia em plena era da tecnologia da informação, da globalização do saber e da fragmentação do sujeito? A filosofia tem conseguido estabelecer diálogos com os demais saberes, refletir sobre o mundo contemporâneo ou, tal como a coruja de minerva a que Hegel se refere na sua Filosofia do direito, só levanta voo ao entardecer?
Para Celso Candido de Azambuja, professor da Unisinos, a sociedade da informação em rede perdeu "para sempre a chance de produzir seus grandes sábios", mas por outro lado nos fez avançar por novos caminhos, repletos de possibilidades.
Alfredo Culleton, coordenador da graduação em Filosofia da Unisinos, reflete sobre a memória como possibilidade de crítica à filosofia, pontuando a importância de Ockham e Suarez no pensamento contemporâneo.
Na opinião de Ernildo Stein – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS – é preciso atentar para o uso precoce da denominação de filósofo àqueles que se ocupam "com a história, a filologia e a justaposição eclética de textos". Filosofar exige continuidade e produção de livros e volumes de investigação, assevera.
Massimo Canevacci, italiano e docente na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, é rigoroso em sua crítica à filosofia, apontando-a como arraigada num historicismo e atrasada no diálogo com o mundo digital. Estaria a filosofia "muda" em relação às redes sociais, atrás de uma muralha, como ele afirma?
O argentino Julio Cabrera, professor na Universidade de Brasília – UnB, pondera que o filósofo está constantemente "inventando a roda", e que sem grandes intuições, não há grande filosofia.
Luiz Rohden, professor da Unisinos, traça as aproximações entre filosofia e literatura, enquanto Oswaldo Giacóia, da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, frisa que a independência do pensamento é a prerrogativa máxima da filosofia.
Roberto Romano, também da Unicamp, esclarece que "o desejo de produzir um sistema é recente na filosofia", surgido no corolário do romantismo alemão.
O platonista francês Jean-François Mattéi ressalta que o mito da caverna continua sendo fundamental e relevante em nossa época.
Duas entrevistas completam a discussão: uma com o coordenador do PPG em Filosofia da Unisinos, Adriano Naves de Brito, que menciona o respeito da comunidade acadêmica brasileira pelo curso da instituição, e outra com o filósofo jesuíta francês, Paul Valadier.
Thiago Soares, jornalista e professor na Universidade Federal da Paraíba – UFPB analisa o fenômeno pop Lady Gaga como um espelho de nosso cotidiano.
O Papel da comunicação e da mídia de massa na crise da superprodução – informação, reflexão e ideologia: o caso da crise imobiliária irlandesa é o tema abordado pelo sociólogo Henry Silke, doutorando em sociologia pela City University of Dublin (Irlanda).
Nesta segunda-feira, 07-11-2011, o economista Flavio Comim, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, falará sobre Amartya Sen: o desenvolvimento como liberdade para a superação da fome, da miséria e do mal-estar social. A conferência faz parte do Ciclo de Estudos: Repensando os Clássicos da Economia.
José Alberto Baldissera, historiador e professor da Unisinos, compartilha sua história acadêmica e pessoal nesta edição.
A revista IHU On-Line, nas versões html, pdf e "versão para folhear" poderá ser lida no sítio do IHU, nesta segunda-feira, a partir das 16h.
A versão impressa circulará no campus da Unisinos, na terça-feira, a partir das 8h.
A todas e todos uma ótima leitura e uma excelente semana!
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Rumos e muros da filosofia na era digital. A aventura do pensamento - Instituto Humanitas Unisinos - IHU