PUC-SP fecha câmpus para evitar festa de apoio à maconha

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16 Setembro 2011

O principal câmpus da PUC, na Rua Monte Alegre, em São Paulo, ficará fechado hoje. O reitor Dirceu de Melo suspendeu as aulas e atividades administrativas na tentativa de impedir a realização do 1.º Festival da Cultura Canábica, organizado pelo Facebook, que, até ontem à noite, tinha mais de 6 mil confirmados. O evento está marcado para as 16 horas.

"Tenho de considerar a situação em função do que acontece. Quando soube do objetivo e do alcance desse evento, achei que fechar o câmpus era o apropriado. Se insistirem, terei de tomar outras providências", diz Melo.

A reportagem é de Marcelo Godoy e Ocimara Balmant e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 16-09-2011.

Assim que a nota de suspensão das atividades foi divulgada, os organizadores do evento começaram a se mobilizar, no próprio Facebook, para que o evento não seja cancelado.

"A decisão mostra o conservadorismo da instituição", disse uma aluna. "Vamos do mesmo jeito e, se não abrirem, a gente invade", postou outro. Há gente, porém que não aprova a festa. "Lugar de discutir legalização não é na PUC com uma festa para 6 mil pessoas fumando e bebendo à vontade. A PUC virou sinônimo de baderna por causa de pessoas assim", escreveu uma estudante de Direito.

Para Stefano Wrobleski, de 21 anos, do 3.º ano de Jornalismo e membro do Centro Acadêmico, "perder aula só para que a festa não aconteça é um absurdo". "O pior é que isso abre precedente. O que vejo é que a diretoria quer uma PUC sem festas. E isso não está certo. Universidade não serve só para aulas, é também um lugar de convivência", disse.

Inquérito

O delegado Wagner Giudice, diretor do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), afirmou que os organizadores do Festival da Cultura Canábica serão investigados pela Polícia Civil. "Um inquérito vai apurar e seus organizadores terão de prestar esclarecimentos."

Em tese, além do crime de apologia ao uso de drogas, os organizadores podem ser acusados de associação para o tráfico, crimes punidos com detenção de 3 a 6 meses e com 3 a 10 anos de prisão, respectivamente. Em seu ato, o reitor da PUC afirma que um inquérito foi aberto pela polícia e diz que a universidade vai prestar esclarecimentos sobre as providências tomadas para evitar o festival.

Sexta sem lei

No ato que publicou, o reitor afirma que a decisão de suspender as aulas considera outros problemas que têm ocorrido com frequência.

Ele afirma que as festas nas noites de sexta-feira ganharam "proporções inadmissíveis" por conta do barulho, da duração até a madrugada e do uso "não dissimulado de bebidas alcoólicas e entorpecentes, afora outras condutas reprováveis".

Dirceu diz também que há reclamações de vizinhos, alunos e pais de estudantes. Recentemente, até a encenação de um espetáculo no Tuca, o teatro da universidade, teria sido prejudicada pelo barulho.