27 Agosto 2011
O arcebispo de Boston, O`Malley (foto), indica que o esforço pela arquidiocese para compilar uma única lista de clérigos acusados é um passo para assumir a responsabilidade pelos abusos.
A reportagem é do sítio Religión Digital, 27-08-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Seán O`Malley, arcebispo de Boston, divulgou ontem uma lista de sacerdotes acusados de abuso sexual de menores dentro de sua jurisdição nos últimos 60 anos, mas decidiu não incluir os nomes dos sacerdotes falecidos, aos quais não foram apresentadas acusações publicamente.
Em uma carta, O`Malley disse que cerca de 248 padres e dois diáconos de Boston foram acusados de abuso sexual infantil desde 1950.
No entanto, decidiu não publicar 91 dos nomes, que incluem os sacerdotes mortos que não foram acusados publicamente, sacerdotes que trabalham em Boston sob as ordens religiosas ou outras dioceses, e sacerdotes que enfrentaram acusações infundadas e que nunca se tornaram públicas.
Cada um dos 159 nomes publicados hoje já haviam sido revelados anteriormente, embora não necessariamente pela arquidiocese.
O`Malley reconheceu que algumas pessoas gostariam que ele fosse "mais longe" e anunciasse mais nomes. No entanto, ele manifestou preocupações por um processo justo, assim como pelo dano à reputação dos sacerdotes vivos e mortos, quando acusados de crimes cometidos décadas atrás e difíceis de verificar.
O`Malley indicou que o esforço realizado pela arquidiocese para compilar uma única lista de clérigos acusados foi um passo para assumir a responsabilidade pelos abusos sexuais cometidos por seus membros.
A Arquidiocese de Boston, nos Estados Unidos, foi criticada por ter a lista de padres acusados de crimes sexuais, que, apesar de remontar a 1950, omite quase uma centena de nomes polêmicos.
O site da sede eclesiástica ficou fora do ar nesta sexta-feira, depois que o cardeal Seán P. O`Malley divulgou online os dados de 159 clérigos identificados em sua carreira por terem abusado de menores de idade.
No entanto, a controversa decisão de O`Malley foi alvo de críticas tanto das vítimas, quanto das autoridades judiciais, comentou o jornal Boston Herald.
O cardeal explicou que decidiu se abster de identificar 91 presbíteros porque muitos deles haviam falecido ou estavam em uma idade avançada para responderam perante a justiça.
Ele reconheceu que, somente na área urbana de Boston, cerca de 40 párocos haviam sido acusados, formal ou injustamente, de terem molestado de crianças durante os últimos 25 anos.
Mitchell Garabedian, advogado que representa as vítimas dos padres, destacou que "as omissões de O`Malley significam uma falta de respeito para com os seus clientes e inclusive poderiam ser interpretadas como uma cumplicidade com os crimes".
Da mesma forma, a procuradora-geral de Boston, Martha Coakley, comemorou "esse primeiro passo da Igreja, mas, para o bem de todos, as divulgações de nomes devem continuar depois de uma adequada arbitragem da lei", disse.
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A lista das 248 "maçãs podres" do clero de Boston - Instituto Humanitas Unisinos - IHU