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Por um deus indignado

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09 Agosto 2011

Esperar - em vez de não "ex-asperar" - propõe o embaixador e escritor alemão Stéphane Hessel em "Indignai-vos", breve, mas arrebatador ensaio a respeito do mundo contemporâneo lançado pela editora LeYa (tradução de Marly Peres). Esperar (em vez de exasperar-se) não sentado, ou indiferente, mas agarrado à potência transformadora da esperança. "Olhem à sua volta e vocês encontrarão os temas que justificam a sua indignação", Hessel sugere. A exasperação inclui a fúria e a cólera; ela resulta, hoje em dia, no terrorismo. Já a indignação conduz à luta persistente e ao trabalho; ela cimenta a esperança, lhe dá corpo.

A reportagem é de José Castello e publicada pelo jornal Valor, 10-08-2011.

Nascido em 1917, o diplomata e embaixador Stéphane Hessel, aos 96 anos, conserva e cultiva o espírito rebelde de juventude. Continua a ser um homem que aposta quase tudo na indignação, já que, segundo ele nos diz, "só a indignação leva à esperança". A edição francesa de "Indignai-vos" já vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares. O livro está traduzido em quase uma dúzia de países. Suas palavras se alastram - ecoam com força em nossos corações vazios.

Hessel, que foi um dos redatores da "Declaração Universal dos Direitos Humanos", de 1948, mantém-se, ainda hoje, absolutamente fiel aos princípios do documento que ajudou a escrever. A indignação, ele diz, é um sentimento universal. Sentimento sem um objeto fixo ou uma posição política determinada. "O importante é que cada um tenha seu motivo de indignação", afirma. A proximidade inevitável da morte não o afasta do culto à militância, que considera o teatro por excelência da indignação. Rememora: "Quando alguma coisa nos indigna, como fiquei indignado com o nazismo, nos transformamos em militantes; fortes e engajados, nos unimos à corrente da história".

O inimigo principal de Hessel, hoje, como desde sempre, tem um nome: a indiferença - aquilo que o poeta brasileiro Vinicius de Moraes, em sua célebre "Carta aos Mornos", chamou de "mornidão". Nos anos 1940, na França, resistir à ocupação nazista era abandonar a indiferença para engajar-se na busca de uma nova atitude de uma diferença. É verdade: o mundo tinha um inimigo enorme e monstruoso e era menos difícil perder o caminho. "Resistir, para nós, era não aceitar a ocupação alemã, não aceitar a derrota. Era relativamente simples." Durante os anos de chumbo da ditadura militar, vivemos, no Brasil, uma experiência semelhante: o inimigo, o totalitarismo, era visível, estava por todos os lados. Não havia muito do que duvidar, era lutar ou não lutar.

Inimigos poderosos despertam, com mais clareza e emoção, aquilo que o filósofo Jean-Paul Sartre chamou de "vontade de engajamento". Quando era apenas um jovem normalista, Hessel se deixou impregnar pelas leituras de "A Náusea" e "O Muro", que considera os dois livros mais importantes do filósofo francês. "Sartre nos ensinou a dizer a nós mesmos: vocês são responsáveis enquanto indivíduos." A indignação, é verdade, costuma estar atrelada a um atroz sentimento de solidão, já que ela é, segundo Hessel, "a responsabilidade do indivíduo que não pode confiar em um poder ou em um deus".

Preferiu Hessel apegar-se, ainda assim, à ideia de "um deus indignado", um deus que se opõe ativamente à figura do anjo do mal. Ela se expressa com vigor, segundo o filósofo Walter Benjamin - de quem Hessel foi um grande amigo -, em uma tela magnífica como o "Angelus Novus", de Paul Klee. No quadro de Klee, um anjo abre os braços para conter o progresso e a transformação - luta para bloquear a indignação e pregar a indiferença. Benjamin via na tela "um anjo repelente", uma imagem do combate à "tempestade que chamamos de progresso".

O filósofo Walter Benjamin, que cometeu suicídio em setembro de 1940, afora sua obra monumental, teve menos forças que Hessel, um homem que ainda hoje, 71 anos depois, continua na batalha. Benjamin, avalia Hessel, matou-se para fugir da "progressão irresistível de catástrofe em catástrofe". Mas na luta contra a catástrofe, pensa ainda hoje, só a indignação salva.

No mundo contemporâneo, turvo e complexo, os motivos para a indignação parecem cada vez menos palpáveis. Senão invisíveis. Muitas vezes, nós (por indiferença) os reduzimos a visões fantasmagóricas, delírios de perseguição, paranoias. Escreve Hessel: "É verdade, os motivos para se indignar atualmente podem parecer menos nítidos ou o mundo pode parecer complexo demais. Quem comanda? Quem decide? Nem sempre é fácil distinguir". Em um mundo onde os inimigos se mascaram, a indignação toma, muitas vezes, a aparência de uma loucura juvenil. Um espernear sem motivo, um sentimento que nos transforma em Quixotes a enfrentar moinhos de ventos.

Adverte Hessel, ao contrário: o inimigo pode estar invisível, dissolvido na grande borra da realidade tecnológica - rede mundial de computadores, redes de TV dedicadas à informação instantânea (nas quais o inimigo, como um diabo traiçoeiro, a cada minuto muda de face), cotidiano veloz e sem pausas. "Não lidamos mais com uma pequena elite cujas ações entendemos claramente." Nem por isso, Hessel argumenta, os motivos para a indignação desapareceram. O século XXI tem uma aparência sombria e disforme, a globalização reduziu o planeta a uma sala, mas, diz Hessel, em nosso mundo continuam a existir coisas insuportáveis. Alerta: "Para vê-las, é preciso olhar bastante, procurar. Digo aos jovens: procurem um pouco, vocês vão encontrar. A pior das atitudes é a indiferença".

Infelizmente, ele lamenta, muitos jovens, cada vez mais, preferem dopar-se, entregar-se ao tédio, não pensar. A vida individual, com suas inevitáveis exigências, lhes serve de bom argumento. Os jovens dizem: "Não posso fazer nada, estou me virando". Diante disso, em vez de enfurecer-se, em vez de exasperar-se, Stéphane Hessel, firme em sua vida de nonagenário, prefere esperar. Esperar não por indolência ou por preguiça, mas para pensar, procurar e chegar a ver. Em uma palavra: para indignar-se.

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