09 Julho 2011
Prédios e empresas já utilizam energia dos ventos para abastecimento. Investimento é alto, mas economia em conta de luz chega a 44%.
A reportagem é do G1, 09-07-2011.
Uma nova forma de gerar energia eólica, já comum em alguns países, está chegando ao Brasil. Em vez de torres que chegam a medir até 80 metros de altura - mais que o dobro do tamanho da estátua do Cristo Redentor -, moradores de condomínios e empresas podem instalar miniturbinas para gerar energia renovável e ainda economizar na conta de luz.
A prática já é disseminada na Europa e também na China, país emergente como o Brasil e que tem investido robustamente em energias renováveis. De acordo com a associação da indústria eólica do país asiático, somente em 2010 foram instaladas 130 mil pequenas turbinas.
Bem distante desta realidade, aos poucos a autoprodução de energia por meio dos ventos também cresce por aqui. Potencial existe, segundo Pedro Perrelli, diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
"Há uma densidade populacional alta e o aumento do consumo de energia. Lugares remotos como cidades do interior da Amazônia conseguem operar os aerogeradores por até seis horas ao dia", disse Perrelli.
Custo
O motivo da expansão ainda lenta dessa modalidade é o alto custo. "Mas à medida que a demanda energética for aumentando, o preço vai caindo", afirma o diretor da ABEEólica.
No Rio de Janeiro, por exemplo, moradores de um condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, gastaram R$ 25 mil para instalar, no alto do prédio residencial, um aerogerador que produz energia elétrica para abastecer a garagem, as escadas e a área comum do condomínio.
Apesar do preço, a iniciativa ajudou os moradores na economia da conta de luz, que caiu de R$ 27 mil para R$ 18 mil.
No Maranhão, um banco inaugurou no fim de junho sua primeira agência abastecida por energia eólica. A unidade começou a funcionar com uma torre instalada em frente ao prédio, que, de acordo com a empresa, foi integralmente construído de forma sustentável.
Torre eólica (à esquerda) que abastece agência bancária em São Luis (MA). Iniciativa de banco poderá ser expandida para outras partes do país. (Foto: Divulgação/HSBC)
“É um projeto-piloto. A torre tem capacidade de gerar 800 kWh por mês, que corresponde a 15% de toda energia elétrica que consumimos na unidade”, afirmou Cláuda Malshitzky, superintendente-executiva de sustentabilidade do HSBC. A energia gerada tem que ser consumida em tempo real. “Foi um investimento de R$ 30 mil. Nosso intuito é de reduzir o impacto ambiental causado pela agência”. A economia na conta de luz será de R$ 700.
Segundo César Pereira, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a chamada "autoprodução para pequenos consumidores" é uma fatia do mercado de energia com tendência forte de crescimento. “Chamamos de pequenos consumidores shoppings, empresas, condomínios, supermercados e agências bancárias. Existem no Brasil aproximadamente 900 associados deste porte que são consumidores especiais e compram energia eólica”, afirmou Pereira.
De acordo com o gerente da CCEE, 3 MW gerados em usinas eólicas são destinados para pequenos consumidores. Entretanto, a distribuição é feita pela rede elétrica, e não por aerogeradores próprios.
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Miniturbinas eólicas dão chance a pequenos de aderir a energia limpa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU