Por: Jonas | 19 Dezembro 2012
O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), disse que o resultado nas eleições regionais de domingo fortaleceu o projeto socialista do presidente Hugo Chávez. Com uma comemoração moderada, o ex-candidato à presidência pela oposição, Henrique Capriles Radonski, que se manteve no governo de Miranda, admitiu a vitória da situação.
A reportagem é publicada no jornal Página/12, 18-12-2012. A tradução é do Cepat.
Maduro participou dos atos pelos 182 anos da morte do Libertador Simón Bolívar. Na saída do Panteão Nacional, destacou os resultados das eleições de domingo, nas quais a situação conseguiu uma arrasadora vitória, vencendo em 20 dos 23 estados, conforme informou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em seu boletim de resultados irreversíveis. “Sentimo-nos muito fortalecidos porque obtivemos uma grande vitória, uma vitória acima daquilo que todos podiam esperar. Das oito administrações que estavam nas mãos da oposição, libertamos cinco”, comentou.
Maduro disse que o domínio do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), nas administrações, permitirá fortalecer o programa socialista que será aplicado no mandato de 2013-2019. Acrescentou que esse “programa da pátria” foi aprovado no dia 7 de outubro, com a reeleição de Chávez, e que agora libertaram cinco estados – Carabobo, Monagas, Nova Esparta, Táchira e Zulia – do jugo da burguesia nacional e regional.
“Não se passaram 24 horas da grande vitória bolivariana e recebemos mensagens de líderes da América Latina e do mundo. As pessoas parabenizam a vitória do povo venezuelano, é celebrada por milhões de homens no mundo, que acreditam que outro mundo é possível”, apontou. Apesar do resultado, Maduro garantiu que o Governo continuará trabalhando com os povos de Amazonas, Lara e Miranda, com a ideia de aplicar programas nacionais. “Nosso povo é chavista, revolucionário e socialista”, ressaltou.
O PSUV retirou da oposição quatro bastiões, incluindo dois estados-chave como Esparta (nordeste). Também venceu em Monagas (nordeste), que estava nas mãos de um partido independente. Não obstante, não conseguiu recuperar o governo de Miranda, onde o líder opositor Capriles foi reeleito com 51,94% dos votos frente aos 47,71% obtido pelo ex-candidato a governador e ex-vice-presidente do país, Elías Jaua, uma das figuras mais importantes da situação, apontou o CNE, segundo o qual a abstenção ficou em 46,06%, superior aos 34% registrado nas eleições regionais de 2008. Além de Miranda, a oposição impôs no Amazonas, com o governador Liborio Guarulla, e em Lara, com Henry Falcón, que provém da ala chavista, mas que se incorporou na corrente opositora.
Neste contexto, Capriles teve uma comemoração moderada e no domingo à noite admitiu sua dor pela importante vitória do chavismo nas eleições regionais, embora tenha alentado os eleitores opositores a não desanimar. Também salientou que a Mesa de Unidade Democrática (MUD) competiu contra um governo nacional que confunde o papel de governar com o de partido político, e que distribuiu eletrodomésticos e inaugurou obras em pleno processo eleitoral para chantagear o eleitorado. Entretanto, mais do que as queixas, no discurso de Capriles ficaram destacadas as referências ao futuro imediato, que, como se sente nas ruas de Caracas, está amarrado à evolução da saúde de Chávez, que em Cuba se recupera da quarta operação, em 18 meses, para tentar controlar o câncer. “Sei que o sonho que temos está ao virar da esquina e o alcançaremos, iremos conquistá-lo”, gritou para receber o aplauso dos militantes que se aglomeravam, no domingo à noite, em seu comando de campanha.
No entanto, apesar de reeleito, com tudo o que isso implica para a sua projeção nacional, Capriles Radonski terá que governar, em Miranda, com um Legislativo que terá maioria chavista, como destacou Elías Jaua, ao admitir sua derrota. “Nesse momento, não pudemos recuperar o Governo de Miranda”, acrescentou. Também afirmou que o controle parcial dava ao PSUV a maioria no Conselho Legislativo. “De qualquer forma, a partir da direção política e de nossa posição como cidadão, nós estaremos sempre à frente, como estivemos em todas as lutas do povo de Miranda, durante mais de 20 anos”, enfatizou.
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“Nosso povo é chavista, revolucionário e socialista”, afirma Nicolás Maduro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU