Por: Jonas | 12 Novembro 2012
O ex-mandatário paraguaio Fernando Lugo anunciou que o candidato à presidência, pela opositora Frente Guazú (FG), será o médico Aníbal Carrillo Iramain. O aspirante fez um chamado à unidade da esquerda e afirmou que nas próximas eleições é preciso vencer os sojeiros, pecuaristas e latifundiários que têm “alquilado os políticos”.
A reportagem é publicada no jornal Página/12, 09-11-2012. A tradução é do Cepat.
O anúncio colocou fim a uma possível candidatura do destituído presidente Fernando Lugo. O próprio Lugo foi o encarregado de dar a notícia e tornar conhecida a candidatura de Carrillo Iramain, presidente do Movimento Popular Tekojojá (Igualdade), quatro dias após a renúncia do candidato anterior, pela Frente [Guazú], o senador Sixto Pereira, também do Tekojojá. A Frente optou por uma figura menos conhecida, numa aparente insinuação ao Avança País, o movimento formado pelo também candidato à presidência Mario Ferreiro, que em outubro se separou da Frente Guazú diante da impossibilidade de acordo sobre as candidaturas e nomes para as eleições gerais de abril de 2013.
“Hoje, candidatamos para presidente do Paraguai o doutor Aníbal Carrillo Iramain”, disse Lugo durante o ato oficial de apresentação da coalizão de partidos e movimentos de esquerda. O ex-mandatário pediu para novo candidato não esquecer os eixos programáticos da FG.
Frente às eleições presidenciais do dia 21 de abril de 2013, e depois que o ex-mandatário o oficializou como candidato à presidência pela FG, Carrillo Iramain fez seu primeiro discurso, realizando uma forte crítica ao governo do atual mandatário Federico Franco – que substituiu Lugo, no dia 22 de junho, após sua destituição num controvertido julgamento político no Parlamento – e aos setores agropecuários, estendendo a parlamentares e membros do Poder Judiciário. “Não representam as necessidades do povo”, acrescentou. “Fizemos o melhor governo da história”, disse Carrillo.
O aspirante à presidência destacou que as grandes extensões de terras, que os latifundiários (mencionou Tranquilo Favero, conhecido como o rei da soja) possuem, deveriam estar no poder dos camponeses paraguaios, informou o jornal de Assunção, “Ultima Hora”. “O povo pobre, marginalizado, explorado não tem lugar algum”, disse a respeito da atual estrutura de poder.
Num outro momento de sua exposição, chamou à emancipação dos trabalhadores que, segundo disse, “não virá como presente de ninguém, mas pela conquista do povo organizado e mobilizado”. Carrillo Iramain também fez um chamado aos militantes dos diferentes partidos e movimentos de esquerda e progressistas. “Nossa unidade é fundamental para dar uma mostra clara à sociedade de nossa emancipação”, expressou.
O candidato também instou a ganhar terreno no Congresso. “Necessitamos de um bloco parlamentar suficientemente forte”, disse. De acordo com a legislação eleitoral paraguaia, a decisão será nos meses de dezembro e de janeiro, quando os partidos escolhem, em eleições internas, seus definitivos candidatos para a presidência, vice-presidência, para as duas Câmaras do Legislativo e para os governos regionais. Contudo, diferentes candidatos batalham para encabeçar as listas dos dois grandes partidos tradicionais, o Liberal e o Colorado, historicamente fragmentados em diferentes movimentos. Observadores paraguaios e estrangeiros acreditam que a Frente Guazú seria capaz de se manter unida, em torno da figura de Lugo, se este aspirar uma posição no Senado.
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Fernando Lugo anuncia novo candidato à presidência do Paraguai - Instituto Humanitas Unisinos - IHU