02 Mai 2012
Por décadas, um pequeno grupo de cientistas dissidentes tentou encontrar furos na ciência dominante sobre mudança climática. Com o tempo, quase todos os seus argumentos foram derrubados pelo acúmulo de evidências, e pesquisas indicam que 97% dos cientistas climáticos em ação hoje veem o aquecimento global como um sério risco.
A reportagem é do The New York Times e reproduzida pelo jornal O Estado de S. Paulo, 02-05-2012.
Nos últimos anos, porém, os céticos em relação à mudança climática se aferraram a um último argumento que não pode ser facilmente ignorado. Sua teoria é de que as nuvens nos salvarão.
Eles reconhecem que a liberação humana de gases-estufa fará o planeta aquecer. Mas afirmam que as nuvens - que podem aquecer ou esfriar a Terra a depender do seu tipo e localização - mudarão de tal forma a contrabalançar boa parte do esperado aumento de temperatura e preservarão o clima uniforme do qual depende a civilização.
Sua teoria explora o maior mistério remanescente na ciência climática, a dificuldade que os pesquisadores têm tido de prever como as nuvens mudarão. A maioria dos cientistas acredita que as nuvens terão efeito neutro ou até reforçarão o aquecimento, mas faltam provas.
Richard Lindzen, professor de meteorologia no Massachusetts Institute of Technology (MIT), é o principal proponente da visão de que as nuvens salvarão o mundo. Ele diz que, num planeta em aquecimento, uma menor cobertura por nuvens altas nos trópicos permitirá que mais calor escape para o espaço. Outros cientistas citam erros em seus trabalhos e cobram provas.
Políticos que buscam razões para não enfrentar a questão adotaram Lindzen e outros céticos, fortalecendo seu papel no debate público.
Para Christopher Bretherton, da Universidade de Washington, Lindzen está "se alimentando de um público que quer ouvir uma certa mensagem por pessoas com reputação científica".
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Céticos do clima apelam às nuvens - Instituto Humanitas Unisinos - IHU