16 Abril 2012
Prepare-se para atravessar a nova fronteira da Internet: o caos social. A última provocação do ex-fundadores do Napster é uma aposta que corre o risco de mudar a nossa abordagem com relação à rede. O projeto se chama "Airtime", mas por trás do nome que lembra uma marca da Apple, esconde-se, ao contrário, uma revolução nascida das costelas do Facebook: destinada a desenvolver a sua própria vida.
A reportagem é de Angelo Aquaro, publicada no jornal La Repubblica, 15-04-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Assim como Eva de Adão? "O Facebook é uma plataforma totalmente concentrada na identidade", diz o padrinho da web, Sean Parker, o ex-gênio da Napster: "No Facebook, há pouco espaço para pessoas que você não conhece". Exatamente esse seria o fascínio indiscreto do Airtime: o contato com quem você não espera.
O Facebook é o reencontrar-se na Web de amigo em amigo. O Airtime seria precisamente o anti-Facebook: adivinhe quem está na Web? Mas precisamente no Facebook despontou o botão para ter acesso a esse novo mundo: possível? A associação pela verdade se deve antes a uma questão de filosofia da Web: as redes sociais já são, para muitos, a porta de entrada no mundo da Internet – a home page global.
A outra questão coenvolve as relações perigosas de Parker: ele mesmo foi um dos primeiros a apoiar o jovem Zuckerberg, que o chamou a fazer parte do conselho. Sim, Sean realmente se assemelha na vida real àquele rapaz interpretado por Justin Timberlake no filme A rede social. Alguém tão imprudente que inventou precisamente a mais famosa companhia do mundo de troca de arquivos musicais: até que as batalhas judiciais, primeiro, e depois o imenso poder do iTunes a puseram na sombra.
Do Napster, agora, o Airtime parece ter herdado justamente o agir em "incógnito": reencontrar-se na Internet sem um nome. O modelo, não por acaso, se chama "Chatroulette", a roleta dos chats na rede, a criatura do jovem russo Andrei Ternovski definida pela New Yorker como a própria evolução das redes sociais.
Basta uma webcam, e a palavra-chave é "next": que passe o próximo, mostre-me quem você é, dê-me uma (web) surpresa. Parker e Fanning teriam tentado comprar o brinquedinho diretamente do russo. Com pouco sucesso. Então, lançaram a iniciativa por conta própria. Mas ampliando o conceito. Sean diz: "O Chatroulette apenas arranhou a superfície do possível: é um novo modo de pôr as pessoas em contato na Web fazendo-as se encontrar por acaso".
E o que se poderá combinar, ao invés, no caos social do Airtime? Seguramente, algo que – assim como o Facebook – também possa se tornar, para aqueles que o inventaram, muito, muito rentável. Desse mundo incógnito, são muito conhecidos os parceiros de 8 milhões de dólares. Pessoas como Marc Andreessen, que fundou o Netscape e depois financiou o Facebook. Merissa Mayer, do Google. E um punhado de personalidades da rede e do show business que fazem prever o espaço que o novo site irá dedicar ao espetáculo: wil.i.am do Black Eyed Peas e o divo Ashton Kutcher.
Em suma, o caos social ainda está por estrear: mas a "nata" já está cheia.
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O caos social está vindo: vem aí o anti-Facebook - Instituto Humanitas Unisinos - IHU