07 Abril 2012
"A ressurreição de Jesus é uma ação de infinita ternura trinitária: o Pai, sofrendo a paixão de Jesus, o acolhe e abraça com entranhas de misericórdia, ressuscitando-o pela ação expansiva e criativa do Espírito Santo", escreve Ana Maria Formoso Galarraga, mestre em Teologia pela PUC-RS e doutoranda do PPG em Educação da Unisinos. Ela trabalha no Instituto Humanitas Unisinos - IHU.
Eis o artigo.
No dia 8/4 celebramos a Páscoa da Ressurreição.
Em hebraico Pessach, a Páscoa equivale a uma “passagem”. O termo significa saltar, passar por cima, e lembra a libertação dos judeus do cativeiro no Egito, que a partir daquele momento histórico se converteram em povo. A Páscoa carrega uma dimensão histórica e é igualmente uma memória que se atualiza. Uma memória que deixa sempre viva a passagem e todas as suas dificuldades. O êxodo foi familiar e envolveu homens, mulheres, crianças, jovens, adultos, idosos, todos se movimentando pelo desejo de libertação. O cansaço, a fome, a sede foram elementos fortes que integraram a trajetória.
São Paulo pode dizer que Cristo é a nossa Páscoa porque o evento central da experiência cristã – a morte e a ressurreição de Jesus – expõe e leva ao cumprimento da realidade salvadora da Páscoa bíblica e hebraica.
Numa Páscoa hebraica, Jesus de Nazaré foi condenado à morte. Ele mesmo prepara sua “passagem” em um clima de refeição festiva ambientada na festa de sua cultura. Nem tudo, porém, é festa. Há também uma dimensão de enfrentar o mal, de rebelar-se contra as diferentes formas de morte, que Jesus assume com sofrimento e com fortaleza, confiando no Deus amoroso, sem deixar de sentir profundamente a dor, a morte. A experiência da passagem e de confiança na vida como última palavra foram a Páscoa de Jesus, pois ele fez a passagem e o Deus misericordioso, por meio do Espírito Santo, o ressuscitou, abrindo a possibilidade da ressurreição para nós!
A ressurreição de Jesus é uma ação de infinita ternura trinitária: o Pai, sofrendo a paixão de Jesus, o acolhe e abraça com entranhas de misericórdia, ressuscitando-o pela ação expansiva e criativa do Espírito Santo. A novidade é que Deus não é passivo perante as injustiças, os sofrimentos.
Desejamos uma Feliz Páscoa de Ressurreição a todos/as!
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
A infinita ternura da ressurreição - Instituto Humanitas Unisinos - IHU