Por: Cesar Sanson | 13 Março 2012
Encontro acontece em Marselha, no sul da França. Desafio é aumentar o acesso à água para pessoas no mundo inteiro.
A reportagem é da Agência AFP e reproduzida pelo sítio Globo Natureza, 12-03-2012.
O Sexto Fórum Mundial da Água foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (12) em Marselha, no sul da França, com milhares de delegados que discutirão como encontrar soluções para garantir o acesso à água doce em condições sanitárias decentes para todos no mundo.
Sob o lema "é hora de soluções", o fórum, que reúne durante seis dias chefes de Estado e de governo, ministros e representantes de empresas e da sociedade civil de 140 países, foi inaugurado pelo primeiro-ministro francês François Fillon.
Esta reunião sobre a água, realizada a cada três anos, foi aberta com chamados de advertência das Nações Unidas de que a mudança climática e o crescimento demográfico provocaram um aumento da pressão sobre a água, o que obriga a repensar como satisfazer esta galopante demanda pelo líquido.
Declarando que "os desafios são imensos e os números são tenazes", o chefe de governo francês lembrou que "o número de seres humanos que não têm acesso à água potável são contabilizados em bilhões". E "o número de mortos a cada ano devido aos riscos sanitários é contado em milhões", acrescentou Fillon. "Esta situação não é aceitável", declarou o primeiro-ministro, que é também titular do ministério de Ecologia da França.
Diferentemente dos fóruns sobre a água anteriores, o de Marselha promete "soluções concretas" para garantir uma distribuição equitativa da água, cujo direito foi reconhecido pelas Nações Unidas em 2010.
A reunião deverá ser concluída com propostas sobre como aliviar a crescente pressão sobre este valioso recurso e como repartir melhor a água potável, já que cerca de 800 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a ela. Entre os líderes mundiais que participarão da reunião em Marselha estão Mohammed VI do Marrocos, o chadiano Idriss Deby e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, além de cerca de 60 ministros.
Além de líderes governamentais, chefes de empresas, associações e organizações não governamentais discutirão o tema da água, esperando chamar a atenção internacional sobre a urgência de gerir melhor os recursos hídricos.
Em Marselha também será realizado um fórum alternativo, que reunirá centenas de organizações não governamentais. Cerca de 2 mil representantes da sociedade civil, provenientes da América Latina, Espanha, Alemanha, Europa, África e Estados Unidos participarão do encontro, que tem início na quarta-feira.
Como pano de fundo destas duas reuniões está o alarmante estudo da ONU apresentado nesta segunda-feira, que ressalta que as mudanças climáticas, com suas consequentes secas e inundações, estão agravando a situação da água, ao derreter as geleiras e provocar mudanças nos padrões de chuva, o que impacta seriamente nas fontes de água.
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Fórum Mundial da Água começa em busca de 'soluções' para água potável - Instituto Humanitas Unisinos - IHU