10 Fevereiro 2012
Há 90 anos, no dia 6 de fevereiro de 1922, ascendia ao sólio pontifício o cardeal Achille Ratti, arcebispo de Milão, que assumiu o nome de Pio XI e foi papa até 1939. Ele nascera em Desio, na província de Milão, no dia 31 de maio de 1857, e morreu no Vaticano no dia 10 de fevereiro de 1939.
A reportagem é de Giuseppe Brienza, publicada no sítio Vatican Insider, 08-02-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Justamente no pequeno centro montanhoso de Brianza, entre os dias 4 a 12 de fevereiro – o 90º aniversário da coroação e do início do pontificado – ocorre o congresso de estudos históricos Pio XI e o seu tempo, organizado pelo Centro Internacional de Estudos e Documentação Pio XI, acompanhado por outras iniciativas.
Dentre outras coisas, no próximo sábado, dia 11 de fevereiro, na casa natal do pontífice, também será inaugurada pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, a mostra Fragmentos do pontificado de Pio XI.
O congresso se concentra em um leque articulado de assuntos, desde o pró-semitismo do Papa Ratti (Pier Francesco Fumagalli), aos beatos e santos do pontificado rattiano (Ennio Apeciti), passando pela exposição mundial da imprensa católica de 1936 (Giorgio Vecchio). Mas o assunto sobre o qual continua se concentrando a atenção é o conflito com o regime fascista por causa da encíclica Non abbiamo bisogno, de 26 de junho de 1931, promulgada após o conflito com o fascismo italiano por causa da questão da Ação Católica.
O regime fascista, de fato, não suportando a existência de organizações juvenis desvinculadas da sua autoridade, decidiu, em certo momento, impor a sua dissolução, e a isso, com razão, o pontífice respondeu do modo mais resoluto. Sobre esse assunto foi dedicada a palestra de Mario Panizza e, há décadas, a maior atenção dos artigos, textos e documentos históricos sobre o Papa Ratti, apesar do fato de que, graças à Concordata assinada dois anos antes, no dia 11 de fevereiro de 1929, a disputa de 1931 com o governo italiano não durou muito, porque só no ano posterior à publicação da encíclica é que a Santa Sé chegou a um acordo sobre a questão com Benito Mussolini.
Uma oposição muito mais clara caracterizou o pontificado rattiano com relação ao comunismo e à Rússia soviética. O Papa, de fato, escreveu uma extensa encíclica contra o comunismo ateu, a Divini Redemptoris, publicada no dia 19 de março de 1937, cinco dias depois da encíclica em alemão Mit Brennender Sorge ("Com profunda preocupação"), do dia 14 de março de 1937, na qual ele denunciava a incompatibilidade entre os pressupostos racistas e pagãos do nacional-socialismo e o catolicismo.
À Divini Redemptoris, seguiram-se mais declarações e discursos de Pio XI contra as manifestações históricas do comunismo da época, sobre todas as perseguições anticatólicas desencadeadas por quase todos os anos 1930 pelo México maçom e pela Espanha da Segunda República.
Nas palestras do congresso e nas atividades comemorativas, parece estar menos destacado o empenho de Pio XI para aumentar a atividade missionária e a importância histórica da inauguração, no dia 12 de fevereiro de 1931, da estação da Rádio do Vaticano, que ocorreu com a pronúncia em latim, por parte de Achille Ratti, da primeira radiomensagem de um papa ao mundo.
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Os 90 anos da eleição de Pio XI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU