21 Outubro 2013
Onde estava Deus durante o Holocausto? Sua presença estava escondida, como a “brisa suave” da qual fala a Bíblia na narração do encontro com o profeta Elias no Monte Horeb. É o que escreve o Papa Francisco em uma mensagem pessoal enviada ao filho de dois sobreviventes do extermínio nazista. A notícia foi dada pelo Washington Post em seu blog On Faith, dedicada a temáticas religiosas.
A reportagem é de Giorgio Bernardelli e publicada por Vatican Insider, 19-10-2013. A tradução é de André Langer.
De acordo com esta fonte, o Papa Francisco respondeu por correio eletrônico a um texto que lhe havia enviado Menachem Rosensaft, um advogado estadunidense que também é o fundador de uma associação que reúne os filhos de sobreviventes do Holocausto. No texto – um discurso pronunciado na Sinagoga de Park Avenue em Nova York, no dia 07 de setembro passado –, Rosensaft abordou o tema da atitude de Deus em relação à grande tragédia vivida pelo povo judeu no século XX. E respondeu dizendo que o havia encontrado nos gestos de humanidade que permaneceram vivos inclusive nos campos de extermínio. Citou o exemplo da sua mãe que, primeiro, havia perdido seu marido e, depois, um filho de cinco anos em Auschwitz-Birkenau, mas conseguiu reunir forças (uma vez transferida para Bergen-Belsen) para cuidar, junto com outras mulheres, de um grupo de órfãos. Ajudava-os em meio a mil dificuldades e chegou a salvar 149 crianças judias.
Uma resposta que, segundo indicou o Washington Post, o Papa, na mensagem, disse compartilhar, citando uma passagem da Bíblia. “Quando você, com humildade, nos explica onde estava Deus nesse momento – pode-se ler no correio eletrônico divulgado pelo jornal estadunidense –, sinto em mim que você foi além de todas as possíveis explicações e que, depois de uma longa peregrinação (às vezes triste, pesada e tenebrosa) chegou a descobrir uma certa lógica a partir da qual agora nos fala; a lógica do Primeiro Livro dos Reis, capítulo 19, versículo 12, a lógica dessa “brisa suave” (e se não me equivoco, esta é uma tradução muito pobre para a expressão hebraica, muito mais rica) que constitui a única possível interpretação hermenêutica. Obrigado, do fundo do meu coração – concluiu o Papa. E lhe peço que não se esqueça de mim nas suas orações. Que o Senhor o abençoe”.
Rosensaft, por sua vez, declarou ao Washington Post que a mensagem do Papa é um “enorme dom espiritual” para todos os que sobreviveram a um ato de violência. E expressou o desejo de uma maior e mais profunda “integração da memória do Holocausto, não apenas no pensamento teológico judaico, mas também no ensino católico”.
Leia a notícia aqui
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Javé disse a Elias: «Saia e fique no alto da montanha,
diante de Javé, pois Javé vai passar».
Então aconteceu um furacão que de tão violento rachava as montanhas
e quebrava as rochas diante de Javé.
No entanto, Javé não estava no furacão.
Depois do furacão, houve um terremoto.
Javé porém não estava no terremoto.
Depois do terremoto, apareceu fogo,
e Javé não estava no fogo.
Depois do fogo, ouviu-se uma brisa suave.
Ouvindo-a, Elias cobriu o rosto com o manto,
saiu e ficou na entrada da gruta.
Ouviu, então, uma voz que lhe dizia:
«O que é que você está fazendo aqui, Elias?»
E Elias respondeu: «O zelo de Javé dos exércitos me consome,
porque os israelitas abandonaram tua aliança,
derrubaram teus altares e mataram teus profetas a fio de espada.
Sobrei somente eu, e eles querem me matar também». (1Rs 19, 11-14)
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“A brisa suave de Deus soprava inclusive no Holocausto” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU