Por: Jonas | 09 Outubro 2013
O Vaticano, através do papa Francisco, autorizou o uso dos idiomas maternos tzotzil e tzeltal na diocese para administrar sacramentos e a celebração da missa, o que significa sua proximidade com os indígenas e o reconhecimento de sua cultura, assegurou Luis Felipe Arizmendi Esquivel.
A reportagem é publicada no sítio Sinembargo, 06-10-2013. A tradução é do Cepat.
Entrevistado na Catedral, o bispo comentou que, nesta semana, chegou-lhe de Roma “a aprovação que o papa Francisco nos concedeu das fórmulas sacramentais em tzeltal e tzotzil para o batismo, confirmação, missa, confissão, unção dos enfermos e ordenação”.
Explicou que as fórmulas são as palavras centrais de cada sacramento, e que estas são: “eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, ou aquelas utilizadas na Missa: “Tomai e comei, este é o meu Corpo que será entregue por vocês”.
Arizmendi Esquivel acrescentou que esta aprovação é um reconhecimento do trabalho que por vários meses fizeram na diocese em, favor do tzeltal, que se fala apenas nesta circunscrição e pelo tzotzil, que também seja usado na Arquidiocese de Tuxtla Gutiérrez.
O bispo esclareceu como se realizou o processo de revisão e aprovação, depois que, “em três ocasiões, vieram representantes da Conferência Episcopal, especialistas na matéria, para revisar os textos.
“Em seguida – prosseguiu – foram apresentados à plenária das assembléias episcopais; depois revisados em Roma pelas Congregações para o Culto Divino e Doutrina da Fé”.
Após estas revisões, a última palavra era a do Papa e ele deu a sua aprovação definitiva, “isto é motivo de grande alegria e esperança para nosso povo, que recebe a confiança de que seu idioma é reconhecido pela Igreja e que pode ser usado nas celebrações com toda a segurança, tanto no doutrinal, como no cultural”, sublinhou.
Neste mesmo sentido, o bispo comentou que durante a semana passada esteve coordenando a V Oficina de Cultura Náhuatl, na Paróquia de Naupan, serra norte de Puebla, da qual participaram 42 pessoas, quase todas falantes do náhuatl, a maioria indígenas desta etnia.
Acrescentou que em representação do Episcopado Mexicano, coordenou estas oficinas que tem como objetivo traduzir a Bíblia e os textos litúrgicos para esse idioma, falado por um milhão e meio de indígenas, e que também é o que foi usado nas aparições da Virgem de Guadalupe em Tepeyac.
Finalmente, comentou que já traduziram o Pai Nosso, a Ave Maria, o Creio e as respostas mais ordinárias da Missa, “isto é um estímulo para os demais idiomas que são usados no país.
“Nosso povo tem o direito que as celebrações litúrgicas sejam em sua própria cultura e que a Palavra de Deus chegue aos fiéis em seu próprio idioma”, finalizou.
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Papa Francisco aprova uso formal de idiomas indígenas tzotzil e tzetzal em missas de Chiapas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU