Estados Unidos. Novas sombras sobre os casos de pedofilia na Igreja

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Por: Jonas | 04 Julho 2013

Problemas para o arcebispo de Nova York, o cardeal Timothy Dolan (foto). A Arquidiocese de Milwaukee, em Wisconsin (que esteve sob a condução do agora purpurado estadunidense, de 2002 a 2009), publicou novos documentos que apontam que, em 2007, o prelado teria pedido e obtido do Vaticano a permissão para transferir 57 milhões de dólares de um fundo fiduciário para “proteger melhor estes fundos – como escreveu o próprio Dolan – de eventuais ações legais e pedidos de indenização” apresentadas pelas vítimas de abusos sexuais.

 
Fonte: http://goo.gl/VWmLC  

A reportagem é publicada no sítio Vatican Insider, 02-07-2013. A tradução é do Cepat.

O cardeal Dolan, que também é o presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, sempre negou estas acusações e continua negando agora, definindo-as como “velhos ataques que pretendem desacreditar” sua imagem. O certo é que o Vaticano – segundo o que revelam os documentos publicados por ordem da magistratura – tinha atuado com muita rapidez para aceitar a solicitação do então arcebispo. Ao contrário, para a suspensão dos sacerdotes que haviam tido responsabilidades em abusos sexuais contra menores, muitas vezes, era preciso passar anos.

Nos arquivos publicados está o perfil de 42 sacerdotes que, com suas ações, teriam feito com que, em 2011, a diocese entrasse em falência. Entre estes sacerdotes, está o padre Lawrence Murphy, que teria abusado de 200 menores surdos-mudos, e Sigfried Widera, que se suicidou no México e foi acusado de 42 casos de abusos, entre Wisconsin e Califórnia.

Segundo Jeff Anderson, o advogado que representa a maior parte das mais de 500 vítimas, a novidade destes arquivos é a demonstração da lentidão em que a Igreja atuou para realizar a limpeza, em contraste com a velocidade com a qual o Vaticano deu o seu “ok” para garantir que os fundos eclesiásticos estivessem em um lugar seguro.

A solicitação de Dolan partiu dos Estados Unidos no dia 4 de junho e foi aprovada no dia 18 de junho do mesmo ano de 2007. “Ao contrário, foi necessário passar 7 anos, entre as acusações – comentou Anderson –, para que o padre John Wagner, que confessou ter abusado de 10 menores, fosse afastado da Igreja. Também o ex-sacerdote John O’Brien continuou exercendo a função por cinco anos, embora já tivesse sido condenado pelo estupro de um adolescente”.

Como Dolan, considerado um dos prelados católicos mais influentes do mundo (inclusive no último Conclave), e seus predecessores responderam aos abusos? Os documentos recém-publicados podem dar uma ideia: “Preparem-se”, havia advertido, pouco antes da publicação, o arcebispo Jerone E. Listecki, que em 2009 substituiu Dolan.