10 Março 2013
A Justiça da Guatemala suspendeu o início do julgamento do ex-ditador do país Efraín Ríos Montt, acusado de genocídio. O general teria assassinato 1.770 indígenas enquanto esteve à frente do governo do país centro-americano, entre 1982 e 1983. A suspensão teria caráter temporário e, até ontem, a nova data para o começo do procedimento não havia sido anunciada.
A informação é publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 11-03-2013.
Com 86 anos, Ríos Montt será julgado pelo massacre de maias ocorrido no Departamento de Quiché, no norte da Guatemala, em uma das mais sangrentas fases da guerra civil que o país enfrentou entre 1960 e 1996. O anúncio de que o ditador sentaria no banco dos réus foi comemorado por ONGs e organizações internacionais de defesa dos direitos humanos.
De acordo com o relatório de uma comissão da verdade instaurada pela ONU em fevereiro em 1999, cerca de 200 mil pessoas morreram ou desapareceram durante os 36 anos de repressão. O relatório define o que ocorreu na Guatemala como um "genocídio", especialmente sangrento após 1982, quando Ríos Montt tomou o poder em um golpe de Estado.
Um ex-integrante da cúpula militar do ditador, o general reformado José Rodríguez, também é processado pelas mortes de indígenas ocorridas durante o governo de Ríos Montt.
O início do julgamento foi adiado após a Justiça acatar um pedido da defesa de Ríos Montt para que depoimentos de peritos indicados pelos seus advogados fossem aceitos durante a fase de debates, prevista para começar no dia 19. A decisão do juiz Miguel Angel Galvéz de não aceitar as considerações dos especialistas foi derrubada.
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Guatemala suspende julgamento de ex-ditador por genocídio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU