Por: André | 05 Dezembro 2014
Embora haja dúvidas se os restos são dos estudantes desaparecidos, os familiares de Iguala e arredores deram amostras genéticas para a identificação dos restos encontrados.
Fonte: http://bit.ly/1zpsfrU |
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 04-12-2014. A tradução é de André Langer.
Ao menos 55 cadáveres foram encontrados no meio da semana em fossas clandestinas descobertas no Estado de Guerrero, no sul do México, informou a imprensa local. Os corpos foram encontrados por integrantes da União de Povos e Organizações do Estado de Guerrero (Upoeg), durante uma busca cidadã. Brigadas de voluntários e membros da Procuradoria Geral da República encontraram até agora mais de 50 fossas clandestinas e exumaram 17 corpos só na última semana. Embora haja dúvidas se os restos são dos 43 estudantes desaparecidos, os familiares de 375 pessoas de Iguala e arredores, das quais não se têm pistas, apresentaram-se às autoridades para darem amostras genéticas para a identificação dos restos encontrados. As descobertas mais recentes foram realizadas nos locais que a Upoeg deixou marcados durante uma busca da população.
A Procuradoria Geral da República acusou essa organização de mentir sobre suas descobertas, mas na quarta-feira foram até os locais assinalados pela entidade e peritos constataram as descobertas. Em Lomas de Zapatero, onde a Procuradoria Geral da República já havia exumado cadáveres em outubro, foram encontrados os restos de 10 pessoas e em La Laguna, uma zona pantanosa, foram encontrados outros seis, assim como uma mulher encontrada em uma plantação de milho. No entanto, as bancadas parlamentares do governante e centrista Partido Revolucionário Institucional (PRI) e o direitista Partido de Ação Nacional (PAN) da Câmara dos Deputados retomaram um parecer de reforma da Constituição para definir o direito cidadão à mobilidade, mas que na realidade autoriza o Estado a buscar mecanismos alternativos para regular o exercício das liberdades de expressão, reunião e manifestação.
Em 23 de abril passado, a Comissão para Assuntos Constitucionais aprovou o parecer de reforma dos artigos 11 e 73 da Constituição, com o objetivo de incluir o direito à mobilidade, e o projeto foi engavetado pela mesa diretora. Na terça-feira, dia 02, no contexto das mobilizações ocorridas em todo o país para demandar o aparecimento com vida dos 43 estudantes da Normal Rural Raúl Isidro Burgos de Ayotzinapa, Guerrero, esses partidos incluíram o tema na ordem do dia. Amalia García Medina, deputada do Partido da Revolução Democrática, de centro-esquerda, integrante da comissão que analisou o parecer em abril junto com seus companheiros Julio César Moreno, José Angel Avila e Luis Espinosa Cházaro, defendeu que então o México era outro. A deputada também ressaltou que a regulação da liberdade de expressão, de associação, de petição, de reunir-se em assembleia, entre outras, violaria os artigos 8, 9 e 35 da Carta Magna.
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México. Encontrados outros 55 cadáveres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU