17 Novembro 2014
Havia também crianças e jovens de uma paróquia romana na manhã dessa sexta-feira na missa na Casa Santa Marta. E foi também e sobretudo por causa disso que o Papa Francisco se centrou nos muito jovens na sua homilia, relatada pela Rádio Vaticano. "Como se transmite a fé aos nativos digitais?". A essa pergunta, o pontífice quis responder indicando "a modalidade que, mais do que outras, pode atrair aqueles que vivem constantemente estimulados pelas imagens: o exemplo".
A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada no sítio Vatican Insider, 14-11-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Neste mundo da imagem, todos eles têm o celular, e as palavras não servem... Exemplo! Exemplo! Perguntar-se: 'O que dou a eles?'". "Para transmitir a fé a crianças e jovens de hoje e para ajudá-los a fazer experiência da verdade e do amor – afirmou Francisco, ampliando o seu raciocínio –, os adultos devem lhes oferecer exemplos mais do que muitas palavras".
Transmitir a fé às crianças e aos jovens através do exemplo, e não com palavras, portanto, é o apelo do Papa Bergoglio. "Todos nós temos a responsabilidade de dar o melhor que temos, e o melhor que temos é a fé: dá-la a eles, mas dá-la com o exemplo".
Francisco assumiu o papel de catequista e, ao mesmo tempo, de formador dos catequistas. Parece ser a "Missa dos jovens", disse, e olhar para os jovens, continuou, "é olhar para uma promessa, é olhar para o mundo que virá". Mas ao nosso futuro, perguntou-se, "o que deixamos?".
Partindo das leituras do dia, o Papa Francisco perguntou aos catequistas: "Ensinamos o que ouvimos na primeira leitura: caminhar no amor e na verdade? Ou ensinamos isso com as palavras, mas a nossa vida vai por outro lugar? Mas, para nós, olhar para os jovens é uma responsabilidade. Um cristão deve cuidar dos jovens, das crianças e transmitir a fé, transmitir o que vive, o que está no seu coração. Não podemos ignorar as plantinhas que crescem".
Tudo, disse o Papa Francisco, depende de assumir a atitude certa para com os jovens. E "como é – perguntou – a minha atitude? É uma atitude de irmão, de pai, de mãe, de irmã, que o faz crescer ou é uma atitude de distanciamento: 'Eles crescem, eu faço a minha vida...?'".
A Rádio Vaticano relata a conversa com os pequenos presentes à missa: o papa começou a perguntar por que eles estão em Santa Marta e, depois de um tempo, alguns tomaram coragem e admitiram: "Para te ver". O Papa Francisco rebateu: "Eu também gosto de ver vocês". Então, se informou quem já tinha recebido a Primeira Comunhão, quem tinha recebido a Crisma, e repetiu a todos que o Batismo "abre a porta para a vida cristã" e que, logo depois, começa um "caminho que dura toda a vida".
O caminho indicado pelo pontífice está descrito no trecho da Carta de João ouvido dos jovens pouco antes: "Caminhar na verdade e no amor". Mais adiante, indicou o papa, chegarão outros sacramentos, como o matrimônio. Mas "é importante saber viver" esse caminho, "saber vivê-lo como Jesus". "Nesses sacramentos – perguntou aos jovens – há também a oração? É um sacramento?... Respondam alto! Não! É verdade: não! A oração não é um sacramento, mas devemos rezar".
"Vocês sabem – continuou Bergoglio, voltado aos jovens da paróquia romana – o que vocês devem rezar? Sim? Pois bem, que bom! Rezar ao Senhor, rezar a Jesus, rezar à Nossa Senhora, para que nos ajudem neste caminho da verdade e do amor. Entenderam? Vocês vieram para me ver. Quem de vocês disse isso? Tu? É verdade. Mas também para ver Jesus. Concordam? Ou deixamos Jesus de lado?". As crianças responderam: "Não!".
"Agora – continuou o papa – vem Jesus sobre o altar. E todos o veremos! É Jesus! Neste momento, devemos pedir que Jesus nos ensine a caminhar na verdade e no amor. Digamos juntos? 'Caminhar na verdade e no amor'".
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
''Com os nativos digitais, menos palavras e mais exemplo'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU