Por: Caroline | 01 Setembro 2014
Os manifestantes solicitam que o governo norte-americano freie as deportações e aprove a reforma migratória que estabilizaria a situação de milhares de imigrantes. A manifestação foi pacífica.
A reportagem é publicada por Página/12, 29-08-2014. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/1m3JMw |
Cerca de 140 ativistas pró-reforma migratória foram presos ontem por desobediência civil após participar de um protesto em frente à Casa Branca na qual pediram que o presidente Barack Obama freasse as deportações e desse um alívio a milhões de imigrantes sem documentos. Entre os detidos estavam ativistas comunitários, pastores protestantes e alguns imigrantes sem documentos.
A manifestação na qual participaram centenas de pessoas saiu da sede de Washington do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês, a agência responsável pela prisão e deportação de imigrantes), e terminou em frente à Casa Branca.
Entre os imigrantes que participavam do protesto encontrava-se Edith, uma ilegal de 25 anos que cruzou a fronteira há quatro meses com seu filho de dois anos. Edith decidiu participar do protesto para por “seu grãozinho de areia, lutando por uma reforma migratória para um futuro melhor para nossos filhos e para nós, os imigrantes”.
“O medo”, explica Edith, foi o que a levou a abandonar a Guatemala e emigrar ilegalmente para os Estados Unidos. “Há muito perigo, muito risco e muitas gangues em meu país”, acrescentou Edith, que leva no tornozelo uma algema eletrônica para delinquentes, colocada pelas autoridades migratórias para que ela não escape.
Edith, que assegura que “vive presa”, considera que é uma injustiça que tenha que carregar a algema eletrônica nas 24 horas do dia, porque “apenas os delinquentes as carregam. Nós não somos delinquentes. Não viemos para roubar-lhes nada. Nós buscamos um futuro melhor para nossos filhos”.
Esta jovem guatemalteca explica que o fato de levar uma algema eletrônica faz com que as pessoas a olhem com maus olhos, não confiem nela e não a dê emprego, porque “não querem ter problemas com a polícia”.
Sem saírem do roteiro previsto neste tipo de atos de desobediência civil, ao chegar a Casa Branca os ativistas se dividiram em dois grupos: aqueles que queriam ser presos e aqueles que não queriam, também havia os que apoiavam do outro lado da barreira policial.
Os ativistas realizaram um protesto em frente à cerca que rodeia a Casa Branca e estenderam uma faixa na qual se lia “Obama, pare as deportações”. “Nem um mais”, “Obama, escute, estamos na luta” e “Não somos um, nem somos dez, somos milhões, nos conte bem”, eram algumas das palavras de ordem que gritavam os manifestantes, olhando para o Solão Oval.
A polícia deu a eles três avisos para que se retirassem. No terceiro aviso começou a arrasta-los e a algema-los, um por um. Depois foram levados à delegacia, onde tiveram que pagar uma fiança de 50 dólares para sair. Entre os detidos se encontrava a pastora protestante Rosario Hernández, da Igreja Luterana da Sagrada Família de Langley Park (Maryland). A pastora explicou que queria ser presa porque acredita ser necessário “reparar este sistema migratório que está falido”.
“Eu sirvo a esta comunidade há 16 anos e tenho famílias separadas (pelas deportações de alguns de seus membros). Tenho meninos que estão sofrendo muito pela separação de seus pais. Tenho pessoas que estão esperando cumprir com os prazos dos escritórios de imigração em Baltimore para que lhes deem a notícia de quando têm que sair do país”, explicou a pastora protestante.
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“Obama, escute, estamos na luta. Pare as deportações!" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU