Capitalismo verde versus meio ambiente

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Por: Caroline | 25 Agosto 2014

“A lógica da competitividade e a propriedade privada dos meios de produção são fatores chaves que impossibilitam o desenvolvimento de um capitalismo que seja sustentável ambientalmente”, é o que destaca Guillem Boix ambientalista militante do “En lucha” em artigo publicado por Rebelión, 21-08-2014. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

As conclusões do último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climas (o IPCC na sigla em inglês), órgão da ONU, asseguram que a mudança climática já está aqui. Conclui que somente um cenário agressivo de diminuição das emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) poderia limitar o aumento da temperatura em 2ºC a nível planetário. Os fracassos das cúpulas do clima celebrados nos últimos anos e que não conseguiram chegar a nenhum tipo de acordo vinculativo sobre a redução de GEEs são uma amostra da incapacidade do capitalismo global para enfrentar uma crise ecológica fruto do próprio desenvolvimento do capitalismo.

Os defensores do capitalismo verde argumentam que de fato muitas das medidas que devem ser empreendidas para um desenvolvimento sustentável não custam dinheiro, ao contrário, poupam. Por exemplo, se uma cadeia de supermercados melhora seu sistema de transporte de mercadorias, ela pode diminuir as emissões de GEE ao mesmo tempo em que consegue poupar dinheiro.

Contudo, o problema não é se isto é ou não possível, mas o que se faz com os materiais e energias poupados.  A empresa de supermercados fará uma doação a um governo ou a uma entidade ecologista para impulsionar melhoras ao meio ambiente? Ou preferirá investir em abrir novos supermercados (aumentando assim o gasto de materiais e resíduos)? A lógica da competitividade e a propriedade privada dos meios de produção são fatores chaves que impossibilitam o desenvolvimento de um capitalismo que seja sustentável ambientalmente.

Em vez de tentar pensar em medidas impossíveis de serem aplicadas para fazer um capitalismo verde, o que faz falta é que pensemos em como podemos recuperar o controle da relação entre a humanidade e a natureza sobre a qual se sustenta uma relação que hoje está sequestrada pelos conselhos de administração das grandes empresas, que decidem o que fazer com a riqueza que geramos coletivamente. Trata-se de pensar um desenvolvimento que deve se embasar no reconhecimento dos limites naturais do crescimento, atendendo aos ritmos de recuperação dos ecossistemas dos quais depende a economia e toda a humanidade. E para fazer isto necessitamos de uma econômica global planificada de forma democrática que responda aos interesses da maioria.