13 Agosto 2014
Imagine um dia em que a humanidade soubesse de tudo. Todos os detalhes do surgimento e da evolução do Universo, da vida e da inteligência fossem conhecidos. E aí, o que fariam os cientistas nesse dia? Jardinagem?
A entrevista é Salvador Nogueira, publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 11-08-2014.
"Essa noção de que existe uma resposta final empobrece o conhecimento", afirma o físico Marcelo Gleiser.
Eis a entrevista.
Por que incomoda tanto os cientistas quando são apontados os limites da ciência?
Porque os cientistas têm uma visão um pouco romântica e antiquada de que a ciência é capaz de tudo. Você tem que ser honesto sobre aquilo que a ciência é capaz de fazer. O objetivo do livro é trazer um pouco de sobriedade na divulgação científica.
O sr. apresenta não só os limites momentâneos do avanço científico, ligados aos instrumentos atuais, mas também aqueles que jamais poderão ser transpostos. Para as questões que a ciência jamais poderá abarcar, o que nos sobra?
Dentro dessa evolução histórica da ciência, não existem respostas finais. Há respostas que vão se aprimorando, como a gravidade. E essa noção de que existe uma resposta final empobrece o conhecimento.
No livro, o sr. foca tanto nos limites da ciência como na busca por sentido. O Universo precisa ter sentido ou nós que precisamos encontrar um sentido nele?
O Universo estava aqui feliz da vida durante 13,8 bilhões de anos sem a gente. Mas nós chegamos e somos essas máquinas moleculares que olham para o céu maravilhadas, querendo entender o que está acontecendo. Nós é que temos essa necessidade de entender o mistério.
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'Não existem respostas finais", diz Gleiser - Instituto Humanitas Unisinos - IHU