Por: Jonas | 12 Agosto 2014
Entre os dias 5 e 10 de setembro, espera-se em Lima a comissão papal, que buscará encontrar uma solução “definitiva e concordada” para a “universidade rebelde”, ex-Pontifícia e Católica. Foi o que confirmou o reitor Marcial Rubio, ao Vatican Insider, rejeitando o apelido de “rebelde” para a instituição. Ao mesmo tempo, esclareceu que a postura da Assembleia Universitária não mudou em relação à contenda que mantém com a Arquidiocese de Lima e a Santa Sé.
Fonte: http://goo.gl/Bjrvc9 |
A reportagem é de Andrés Beltramo Alvarez, publicada por Vatican Insider, 11-08-2014. A tradução é do Cepat.
O grupo é composto por três eclesiásticos de alto nível: os arcebispos de Estzgom-Budapest (Hungria), Peter Erdö; de Quebec (Canadá), Gérald Cyprien Lacroix e de Santiago do Chile, Ricardo Ezzati Andrello, S.D.B.
Designados diretamente pelo Papa Francisco, os cardeais cumprirão uma nova tentativa de aproximar posições e normalizar a situação na casa de estudos, que até julho de 2012 era conhecida como Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP).
Um decreto do Vaticano, emitido naquele mês e aprovado pelo então Papa Bento XVI, proibiu a instituição de utilizar publicamente seus títulos de Pontifícia e Católica. Porém, ao mesmo tempo, declarou que a Igreja continuava considerando a mesma sua propriedade. Aquela decisão só veio após múltiplas tentativas da Santa Sé em fazer com que a PUCP aderisse a Constituição Apostólica “Ex Corde Ecclesiae”, o documento que rege todas as universidades católicas do mundo.
Antes de proibir-lhe o uso dos títulos, o Vaticano havia dado às autoridades universitárias várias chances para reformar os estatutos da instituição e incluir neles alguns aspectos da “Ex Corde Ecclesiae”. A sistemática negativa em subscrever esses critérios, trouxe a ela o apelido de “universidade rebelde”.
Para Marcial Rubio, a posição da Assembleia Universitária está longe de ser rebelde. Assim afirmou a este portal, em uma comunicação via eletrônica. “Nós não mudamos nossa posição no substancial e essa posição não é a de rebeldia. Naquilo que devemos obedecer, obedecemos: em todo o pastoral, em todo o dogmático”, apontou.
Disto discorda o arcebispo de Lima e grão-chanceler da universidade, o cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, que decidiu – em dezembro de 2012 – retirar as habilitações para as aulas oficiais de teologia católica de todos os professores.
A questão doutrinal é apenas uma parte da longa lista de problemas que fazem parte de uma antiga contenda e que inclui um processo judicial aberto entre a Arquidiocese de Lima e a universidade pela interpretação do testamento de dom José de la Riva Agüero y Osma, o maior benfeitor da PUCP.
A esse respeito, Rubio estabeleceu: “No patrimonial, o arcebispo de Lima não tem nada que nos mandar, porque não é seu âmbito de poder espiritual. E mais: o patrimônio da Universidade é dela, não meu. Eu sou um administrador e devo defendê-lo em suas mãos, como sempre foi. O arcebispo impetrou sentença nos tribunais peruanos que são os competentes para resolver o tema de propriedade de bens radicados em solo peruano. Acompanhamos os julgamentos e cumpriremos suas sentenças como sempre fizemos”.
Os três cardeais também deverão aprofundar sobre este ponto e, neste contexto, a reeleição de Marcial Rubio, em julho passado, que permanecerá no cargo até o ano de 2019, terá um papel importante.
Sobre seu mandato e suas decisões, ele próprio insistiu: “A posição que meu mandato teve sobre o diálogo com a Igreja hierárquica é institucional e está dirigida por acordos da Assembleia Universitária. Na PUCP funciona a democracia e a institucionalidade”.
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Peru. Em setembro, a comissão papal estará na PUC - Instituto Humanitas Unisinos - IHU