Crise de água em SP: outro sistema entra em colapso

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17 Julho 2014

Salvo uma reportagem ou outra, pouco tem sido dito sobre o “segundo front da seca” que ameaça São Paulo.

A reportagem é de Fernando Brito, publicado pelo portal Tijolaço e reproduzido pelo sítio Outras Palavras, 15-07-2014.

O Sistema Alto Tietê está secando cada vez mais rápido.

O segundo maior complexo de reservatórios destinados ao abastecimento da Grande SP, que está servindo como “complemento” para áreas antes conectadas ao Sistema Cantareira, para reduzir a retirada de água na situação de emergência em que este se encontra, não está suportando nem o acréscimo inicial feito há meses e, muito menos, as novas sangrias feitas a partir do novo agravamento da crise.

O Tietê representa metade da produção do Cantareira e leva 15 m³/s à estação de Taiaçupeba.

A queda no sistema passou de 0,1% ( meio bilhão de litros) por dia para 0,2% e, nos últimos dias, já bateu em 0,3%, ou 1,5 bilhão de litros a menos, diariamente.

Restam 24,3% dos reservatórios, ou cerca de 100 bilhões de litros.

E a situação é o que descreve a repórter Sabrina Pacca, num relato do qual transcrevo um trecho de poucos dias atrás, publicado há dias:

“É desolador o cenário das cinco barragens que compõem o Sistema Produtor Alto Tietê (Spat). Uma imensidão de área, antes alagada, hoje vazia. A sensação, em alguns pontos, é de se observar um pântano. Em outros, de caatinga. Os peixes desapareceram, para desgosto dos pescadores. Moradores já se veem podendo usar, a pé ou a cavalo, antigas estradas que estavam debaixo d´água há mais de 20 anos e que, com a estiagem, reapareceram, a exemplo da barragem do Rio Jundiaí, onde a realidade é a mais impressionante delas.

Pela terceira vez, nesse semestre, a reportagem de “O Diário” percorreu as cinco represas do Spat. Elas nunca estiveram tão secas e as comunidades que vivem no entorno nunca estiveram tão assustadas. Parece que o temor pela falta de água nas torneiras tomou conta daquelas pessoas, mais próximas a essas paisagens angustiantes.

“Todo mundo deveria visitar aqui. A Prefeitura deveria fazer excursões. Só vendo o que a gente vê, todos os dias, para que se tome consciência de que a água vai acabar mesmo e que vamos sofrer demais. É o sinal do fim dos tempos e está na Bíblia. Não tem jeito, a gente tem que economizar, pelo amor de Deus”, rogou o borracheiro, Elias Souza Alves, de 55 anos, que trabalha às margens da represa de Taiaçupeba, em Jundiapeba, que tem uma área de inundação de 19,36 km². (…)”

Como se trata da água que vai abastecer uma “pequena cidade”, São Paulo, e pouquíssima gente, apenas 4,5 milhões de pessoas, a gente tem de recorrer ao bravo Diário de Mogi, onde trabalha a repórter, e a seu fotógrafo Edson Martins, para ver e entender o que está se passando.

Não é assunto para um Jornal Nacional, não é?