30 Junho 2014
A edição desta semana da revista IHU On-Line vem na esteira de importantes mudanças que têm afetado o ecossistema midiático ao longo dos últimos anos. As novas mídias, a tecnologia ubíqua e as redes sociais permitiram a articulação de uma sociedade midiatizada, e tensionam o jornalismo tradicional em diversas instâncias, num contexto que pesquisadores nomearam jornalismo pós-industrial. Mas enquanto o termo descreve bem o futuro no qual já estamos inseridos, seria possível vislumbrar o que vem em seguida? Para pensar os dilemas da imprensa na contemporaneidade e a emergência de um possível pós-jornalismo, pesquisadores e pesquisadores de diversas universidades participam da discussão.
C. W. Anderson, professor da City University of New York – CUNY e um dos autores do relatório Jornalismo Pós-Industrial, aborda as relações entre imprensa, tecnologia e novas formas de participação social, das quais decorrem as constantes crises que atingem a indústria de notícias.
Ramón Salaverría, da Universidade de Navarra – Unav, investiga o desafio dos meios tradicionais em manter seu prestígio comunicacional, adaptando-se a características dos meios nativos digitais.
Ronaldo Henn, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Unisinos, trata da construção dos ciberacontecimentos que, midiáticos por natureza, dispensam uma mediação a priori pelo jornalismo.
Os drones e o jornalismo imersivo são os temas centrais da entrevista de Antonio Brasil, da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, que nos lembra que inovação resume-se menos à tecnologia do que às novas ideias e narrativas.
John Pavlik, da Escola de Comunicação e Informação da State University of New Jersey, analisa os esforços de promoção da interatividade e de envolvimento do público naquele que seria o segundo estágio do jornalismo online.
Luiz Martins da Silva, da Universidade de Brasília - UnB, distingue protojornalismo, jornalismo e pós-jornalismo que, por vezes, podem compartilhar a mesma página.
A pluralidade de emissores e sua relação com o jornalismo é o tema da entrevista de Joshua Benton, fundador e diretor do Nieman Journalism Lab, da Universidade de Harvard.
Já André Lemos, da Universidade Federal da Bahia – UFBA, defende uma distinção entre funções midiáticas e pós-midiáticas para compreender a complexidade do atual ecossistema midiático.
Ivana Bentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, fala do midialivrismo na mídia pós-massiva.
Por fim, Cremilda Medina, professora aposentada da Universidade de São Paulo – USP, discute a importância do jornalista-autor na mediação do real, que supera novas ou velhas gramáticas, novas ou velhas mídias.
Completam esta edição as entrevistas de Renato Ortiz, da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, sobre identidade e tecnologia na “pós-modernidade”; de Osvaldo Pessoa Jr., da USP, sobre o medo da morte como “artefato psíquico”; e de Neiva Furlin, do Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero da Universidade Federal do Paraná - UFPR, a respeito do papel da mulher no ensino de teologia.
A revista IHU On-Line estará disponível no sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU na segunda-feira, a partir das 17h, nas extensões html, pdf e em ‘versão para folhear’.
A edição impressa circula na terça-feira no campus da Unisinos a partir das 8h.
A todas e a todos uma boa leitura e uma excelente semana!
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Jornalismo pós-industrial. Caminhos para um pós-jornalismo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU