08 Mai 2014
A dupla padre Federico Lombardi e Antonio Spadaro assumirá o cargo nos próximos dias. É o resultado da revolução desejada pelo pontífice e que permitiu ter ótimos resultados em pouco tempo, até mesmo nos meios de comunicação seculares.
A reportagem é de Francesco Antonio Grana, publicada no jornal Il Fatto Quotidiano, 06-05-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Uma dupla de jesuítas para a comunicação do primeiro papa jesuíta. Nestes dias, no Vaticano, está em estudo um projeto de reorganização das mídias da Santa Sé, que prevê a criação de uma coordenação central que deverá ser confiada ao padre Federico Lombardi.
No seu lugar, como diretor da Sala de Imprensa vaticana, entraria o diretor da La Civiltà Cattolica, padre Antonio Spadaro, autor da primeira longa entrevista com o Papa Francisco e há vários meses diretor de uma sábia operação de comunicação do pontificado do pontífice argentino que, em um curto espaço de tempo, obteve resultados impressionantes nas mídias seculares.
O novo órgão de coordenação dos meios de comunicação da Santa Sé teria sob si todos os escritórios vaticanos que lidam com as mídias: a Sala de Imprensa, o o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, o Centro Televisivo Vaticano, a Rádio Vaticano e o L'Osservatore Romano.
Um batismo de fogo desse projeto de reorganização da comunicação da Santa Sé, mas também da colaboração entre os coirmãos jesuítas Lombardi e Spadaro, foi o livro La verità è un incontro [A verdade é um encontro], publicado pela Rizzoli, que reúne as homilias proferidas por Bergoglio no primeiro ano de pontificado durante as missas celebradas às 7h na capela da Casa Santa Marta.
O texto, que tem o prefácio de Lombardi e a introdução de Spadaro, reúne a versão das homilias publicadas diariamente pela Rádio Vaticano, também ela dirigida por Lombardi, e editadas pelos jornalistas Sergio Centofanti, Alessandro De Carolis e Alessandro Gisotti. O livro, destinado a se tornar um verdadeiro best-seller do verão italiano, é, de acordo com pessoas bem informadas, somente a antessala do nascimento do organismo de coordenação das mídias vaticanas.
As competências e os sucessos profissionais amadurecidos no campo por Lombardi e Spadaro também teriam varrido as últimas perplexidades naqueles que, no Vaticano, tinham levantado algumas dúvidas sobre se era apropriado confiar a dois jesuítas a comunicação do primeiro papa jesuíta da história da Igreja de Roma.
Não é segredo que, no plano de reorganização da Cúria, estava entre os primeiros pontos a reorganização das mídias da Santa Sé. Pouco antes do Natal, de fato, o Vaticano tinha confiado à McKinsey & Company "o encargo de fornecer uma consultoria que contribua para o desenvolvimento, em estreita colaboração com os responsáveis pelos escritórios interessados, de um plano integrado para tornar a organização dos meios de comunicação da Santa Sé mais funcional, eficaz e moderna. O projeto de consultoria – especificava uma nota vaticana – terá como objetivo fornecer à comissão os elementos úteis para as oportunas recomendações a respeito ao papa".
O contrato com a McKinsey é apenas um dos seis confiados a outras muitas empresas externas no primeiro ano de pontificado de Bergoglio, para poder aprovar, até 2015, a reforma da Cúria Romana, aquela reforma desejada pelos cardeais eleitores que elegeram Bergoglio no dia 13 de março de 2013, no conclave.
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Comunicação vaticana nas mãos de Lombardi e Spadaro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU