24 de abril de 1774 – Carta do arcebispo de Paris em apoio aos jesuítas

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29 Abril 2014

Christophe de Beaumont, o arcebispo de Paris, escreveu uma carta no dia 24 de abril de 1774 lamentando o Breve de Supressão e afirmando a sua recusa a promulgá-lo em Paris.

A nota é publicada por Jesuit Restoration 1814, 24-04-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Famoso pela sua austeridade e por uma falta de desejo pelos ornamentos ou pela glória do ofício, ele era um clérigo proeminente, respeitado por toda a parte. Quando os jesuítas foram exilados da França em 1762, ele rapidamente publicou uma carta pastoral condenando a invasão da autoridade civil no campo da autoridade espiritual.

Ele era famoso e consistente na defesa da autoridade da Igreja. Depois de sua carta pastoral de 1763, o Parlement galicanista ficou furioso e, em um espasmo de indignação violenta, convocou o arcebispo para se apresentar diante deles.

Para salvá-lo dessa indignidade, o rei ordenou-lhe a desaparecer temporariamente no famoso mosteiro cisterciense de La Trappe, na Normandia. Os jesuítas apreciaram o apoio, mas perceberam que não afetaria qualquer mudança da sua perigosa situação. Frey de Neuville disse que o elogio do bispo "ao menos irá fazer um bom epitáfio para nós".

Deve ser lembrado que, no clima político absolutista da França, a ordem e a justiça, em última instância, cabiam ao rei. Isso para a infelicidade da Companhia, que estava à mercê do lânguido e irresoluto Luís XV, que felizmente abdicou de sua autoridade sobre muitas questões.

Onze anos depois – quando o papa finalmente sucumbiu à pressão de suprimir universalmente a Companhia –, o consistente e franco arcebispo de Beaumont escreveu estas incríveis e fortes palavras para o Papa Clemente XIII: "Esse Breve que destrói a Companhia de Jesus nada mais é do que um julgamento isolado e particular, pernicioso, que reflete pouca honra sobre a tiara papal, e deletério para a glória da Igreja e para a glória e a propagação da fé ortodoxa [ou seja, católica] (...) Santo Padre, não é possível para mim consignar o Clero à aceitação do referido Breve. Eu não seria ouvido sobre esse ponto se eu fosse vil o bastante para prestar o meu ministério a ele, ao qual eu deveria desonrar".