Israel rompe com a unidade palestina

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Por: André | 29 Abril 2014

A decisão israelense acaba com um infrutuoso processo de paz que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, havia tentado relançar em julho passado, após cinco anos de paralisação. Voto unânime do gabinete de segurança.

A reportagem está publicada no jornal Página/12, 25-04-2014. A tradução é de André Langer.

Israel suspendeu as negociações de paz com a Palestina e ameaçou impor sanções por conta do acordo entre os partidos rivais Al Fatah e Hamas para a formação de um governo de unidade nacional. A decisão israelense, que acaba com um infrutuoso processo de paz que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, havia tentado relançar em julho passado, depois de cinco anos de paralisação, foi anunciada após um encontro de seis horas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com seu gabinete de segurança em Jerusalém. “(O presidente da Autoridade Nacional Palestina) Mahmud Abbad terá paz com Israel ou um pacto com o Hamas, mas não ambas”, asseverou o primeiro-ministro israelense. Kerry pediu a israelenses e palestinos para fazerem as concessões necessárias para fazer avançar as conversações de paz e assegurou que não representava o fim dos acordos.

“O gabinete decidiu esta tarde (dia 25 de abril) e de forma unânime que o governo de Israel não realize negociações com o governo palestino”, indicou o escritório de Netanyahu em um comunicado. O texto insistiu em que a liderança palestina inclinou-se para o movimento islâmico Hamas, que qualificou de “organização terrorista que pede a destruição de Israel”, e adiantou que responderá às “medidas unilaterais adotadas pela Autoridade Nacional Palestina” (ANP) com uma série de sanções.

O negociador em chefe palestino, Saeb Erekat, respondeu a Netanyahu acusando o seu governo nacionalista de direita de ser o responsável pelo fracasso do processo por não aceitar frear a construção de colônias em terras reclamadas pelos palestinos. “Pediu-se há anos ao governo de Netanyahu para que escolha a paz ou as colônias, e escolheu as colônias”, disse. A decisão israelense veio um dia depois que o Al Fatah – que controla a Cisjordânia – e o Hamas – que controla a Faixa de Gaza – anunciaram um acordo de reconciliação depois de sete anos de enfrentamento que dividiu os palestinos política e geograficamente e complicou seu sonho de criar um Estado próprio.

Além de Netanyahu, na reunião em que se decidiu suspender o processo de paz participaram o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, e os líderes de todos os partidos da coalizão parlamentar encabeçada pelo Likud, a formação do primeiro ministro, assim como assessores diplomáticos e em assuntos de segurança. Deste modo, Israel deu o tiro de misericórdia ao agonizante processo de paz patrocinado pelos Estados Unidos e liderado por Kerry, que começou em julho de 2013, cujo prazo expirava na próxima semana e que nunca experimentou avanços sobre pontos básicos, tais como: as fronteiras, o estatuto de Jerusalém e os refugiados palestinos.

De Washington, Kerry declarou que estava estudando “todas as opções” para replicar a decisão de Israel. “Jamais renunciaremos às nossas esperanças e ao nosso compromisso de tratar de alcançar a paz. Pensamos que seja o único caminho possível, mas neste momento a situação efetivamente é muito difícil, e são os próprios dirigentes que devem tomar as decisões”, insistiu Kerry, ao final de uma reunião com seu homólogo norueguês, Borge Brende. A evolução da “situação depende deles”, acrescentou.