Por: Jonas | 06 Fevereiro 2014
Elas não fazem apenas hóstias e velas. As freiras contemplativas carmelitas de Amborovy, perto de Mahajanga em Madagascar, empreenderam um projeto de autossustentabilidade bastante original. Trata-se do cultivo da “spirulina”, uma alga que tem preciosas propriedades médicas e energéticas, com a qual, há alguns anos, as religiosas produzem um complemento alimentar.
Fonte: http://goo.gl/tXqGTE |
A reportagem é publicada por Vatican Insider, 04-02-2014. A tradução é do Cepat.
Tudo começou em 2010, quando um benfeitor sugeriu que elas cultivassem arroz. No entanto, as elevadas temperaturas da região e a falta de água não tornavam possível seu cultivo, razão pela qual nasceu a ideia de cultivar a alga preciosa, cujas propriedades já haviam sido experimentadas em outras dioceses do país. “Já conhecíamos a eficácia da spirulina – explica a madre priora, irmã Odette -, cujos efeitos ajudam muito aos enfermos, aos anciãos e, sobretudo, as crianças desnutridas”.
A alga microscópica e com uma enorme quantidade de proteínas (que foi batizada como “ouro verde” de Madagascar) foi descoberta por acaso em uma localidade no sul da ilha, conforme apontou dom Roger Víctor, bispo de Mahajanga, à AIN-Itália, durante uma visita de alguns membros da fundação pontifícia à sua diocese. “Neste pequeno centro, a taxa de mortalidade infantil era inferior à média nacional. Em Madagascar, infelizmente, muitíssimas crianças morrem devido a uma grave desnutrição”. Depois de alguns estudos, foi possível atribuir a extraordinária particularidade deste local à presença da spirulina. Assim, nasceram os primeiros laboratórios na diocese de Morondaya, alcançado por dom Fabien Raharilamboniana. O religioso foi o primeiro que, em 1999, conseguiu um acordo com uma associação francesa para o cultivo da alga.
“Certas de obter ótimos resultados – explica irmã Odette – lançamo-nos neste projeto que vai para além de nosso sustento”. As religiosas, efetivamente, doam o complemento alimentar para as crianças e famílias mais pobres. Muitos médicos aconselham o “ouro verde” aos que não podem comprar remédios. “Graças à spirulina – acrescenta a religiosa – as crianças aumentam o seu peso, embora não comam suficientemente arroz”.
Em Madagascar, 88% da população vivem com menos de um dólar por dia e somente 15% da população tem acesso aos remédios mais necessários. Nas aldeias, as crianças ainda morrem por culpa de enfermidades perfeitamente curáveis, e a ilha está em sexto lugar, em nível mundial, pela desnutrição infantil. Muitas famílias não podem curar seus filhos por falta de dinheiro ou pela falta de estruturas sanitárias perto de suas casas. A Igreja local é uma das poucas realidades que ajudam a população. A presença dos ambulatórios católicos é essencial para preencher as lacunas da saúde pública.
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Madagascar. O “ouro verde”das carmelitas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU