“Deus também chora como um pai que jamais renega seus filhos rebeldes”, diz o Papa Francisco

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Por: André | 05 Fevereiro 2014

Também Deus chora como um pai que ama os seus filhos e que jamais os renega, mesmo que sejam rebeldes. É o que afirmou o Papa Francisco na manhã desta terça-feira durante a missa presidida na Capela da Casa Santa Marta, segundo indicou a Rádio Vaticana.

 
Fonte: http://bit.ly/1e0ux3R  

A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada no sítio Vatican Insider, 04-02-2014. A tradução é de André Langer.

As leituras do dia apresentam a figura de dois pais: o rei Davi, que chora a morte do filho rebelde Absalão, e Jairo, chefe da sinagoga que pede a Jesus para que cure a sua filha. O Papa explica o pranto de Davi quando recebe a notícia do assassinato do seu filho, não obstante este lutasse contra ele para conquistar o reino. O exército de Davi venceu, mas não lhe interessava a vitória, “espera seu filho”. “Só lhe interessava seu filho! Era o rei, o chefe do país, mas também era pai! Quando recebe a notícia da morte do seu filho, o rei tremeu, subiu ao terraço e... chorou”.

“E dizia entre soluços: ‘Meu filho, Absalão, meu filho! Meu filho, Absalão! Oxalá tivesse eu morrido no teu lugar! Absalão, meu filho, meu filho”. Este é o coração de um pai, que jamais renega seu filho. É um adversário, é um inimigo. Mas é meu filho!”. E não renega a paternidade: apenas chora. Duas vezes Davi chora por um filho seu: desta e quando estava para morrer o filho do adultério. Também naquela vez jejuou, fez penitência para salvar a vida do filho. Era seu pai!”.

O outro pai é o chefe da sinagoga, “uma pessoa importante, afirma o Papa, mas diante da enfermidade da sua filha não tem vergonha de ajoelhar-se aos pés de Jesus: ‘Minha filhinha está morrendo, vem para impor-lhe as mãos, para que se salve e viva!’ Não tem vergonha”, não pensa no que os outros poderiam dizer, porque é pai. Davi e Jairo são dois pais.

“Para os dois a única coisa que importa é o filho, a filha. Nada mais importa. Faz-nos pensar na primeira coisa que nós dizemos a Deus no Credo: ‘Creio em Deus Pai...’. Faz-nos pensar na paternidade de Deus. Mas Deus é assim. Deus é assim conosco. ‘Mas, Padre, Deus não chora!’ Como não chora? Recordemos Jesus quando chorava ao olhar para Jerusalém: ‘Jerusalém, Jerusalém! Quantas vezes quis recolher teus filhos, como a galinha reúne seus pintinhos sob suas asas!’ Deus chora! Jesus chorou por nós! E esse pranto de Jesus é figura do pranto do Pai, que nos quer todos com Ele”.

“Nos momentos difíceis”, destaca o Papa Francisco, “o Pai responde. Recordemos Isaac quando vai com Abraão para oferecer o sacrifício: Isaac não era bobo, havia se dado conta de que levavam lenha, fogo, mas não o cordeiro para oferecer o sacrifício. Tinha angústia no coração. E o que diz? ‘Pai!’ E em seguida o Pai responde: ‘Eis-me aqui, filho meu!’. O Pai responde”. Assim, Jesus, no Horto das Oliveiras, disse “com essa angústia no coração: ‘Pai, se é possível, afasta de mim este cálice!’ E os anjos desceram para lhe dar força. Assim é nosso Deus: é um Pai. Um Pai assim!”. Um Pai como aquele que espera o filho pródigo que se foi “com todo o dinheiro, toda a herança. Mas o pai o esperava” todos os dias e “o viu de longe”. “Este é nosso Deus!”, observou o Papa, e a “nossa paternidade”, tanto a dos pais de família como a paternidade espiritual de bispos e sacerdotes, “deve ser como esta. O Pai tem uma unção que vem do Filho: Não pode entender-se a si mesmo sem o filho! E por isto necessita do filho: espera-o, ama-o, busca-o, perdoa-o, o quer perto de si, tão perto como a galinha quer seus pintinhos”.