Por: Jonas | 30 Janeiro 2014
O ativista Alfredo Almada, do Paraguai, pediu em um texto dirigido ao Vaticano a abertura dos arquivos eclesiais da época das ditaduras no Cone Sul.
A reportagem é publicada por Vanguardia, 28-01-2014. A tradução é do Cepat.
Almada solicitou ao papa Francisco a divulgação dos arquivos referentes ao Paraguai, Argentina, Chile, Bolívia, Brasil e Uruguai, nos anos 1970 e 1980, “para que se saiba a verdade e que a justiça atue”.
Almada pediu o acesso público às comunicações enviadas às autoridades vaticanas “sobre a trágica situação de nossos países por aqueles anos de terrorismo de Estado, assim como de centenas de cidadãos/ãs paraguaios/as presos e desaparecidos na Argentina”.
Na carta, assegura que a Igreja paraguaia seguiu as diretrizes de compromisso social do Concílio Vaticano II, durante a ditadura de Stroessner, e “a consequência foi a detenção, tortura e exílio”.
No próximo dia 3 de fevereiro, completam-se 25 anos da queda de Stroessner, que governou o Paraguai desde 1954.
Almada foi detido como “terrorista” por causa de um estudo que escreveu sobre a educação e sua mulher morreu de um ataque do coração após escutar, por telefone, como o torturavam e receber sua roupa ensanguentada.
Atualmente, dirige a fundação Celestina Pérez de Almada, batizada em homenagem a sua esposa falecida e dedicada a recordar o que ocorreu.
Em 1992, Almada descobriu os chamados “Arquivos do Terror”, documentos oficiais que revelam os abusos do regime de Stroessner.
A Comissão da Verdade e Justiça (CVJ) comprovou a existência de 425 execuções ou desaparições, durante a ditadura, e quase 20 mil presos, a grande maioria vítimas de torturas.
A Justiça do Paraguai condenou apenas um pequeno grupo de policiais por crimes durante a ditadura, em processos realizados pouco depois de seu fim.
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Ativista pede a abertura dos arquivos eclesiais da época das ditaduras no Cone Sul - Instituto Humanitas Unisinos - IHU