03 Dezembro 2015
O novo livro de Hans Küng Sete papas. Como eu os vivi causou uma boa impressão na Buchmesse 2015, a Feira do Livro de Frankfurt, entre os grandes livros de referência da literatura religiosa de língua alemã. O livro está destinado a integrar as Memórias do grande teólogo suíço, recentemente publicadas também em tradução italiana em um único volume pela editora Rizzoli.
A resenha é do teólogo italiano Rosino Gibellini, doutor em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e em filosofia pela Universidade Católica de Milão, em artigo publicado no blog Teologi@Internet, 30-11-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Já está sendo publicada na língua original alemã a Opera Omnia de Küng, produzida pela editora católica Herder, que também publica a Opera Omnia de Ratzinger/Bento XVI; e de Kasper; assim como já começou a publicação da Opera Omnia de Metz.
Com este livro, como se observou expressamente, conclui-se a colaboração com a grande editora laica Piper, de Munique. Com Sete papas, Küng entra na história dos papas, mas também na história da Igreja Católica e da teologia.
A cada um dos sete papas (de Pio XII ao Papa Francisco), é dedicado um denso capítulo (sem integração de notas). Pode-se lê-los de bom grado. Aqui está toda a habilidade do escritor e da inteligência crítica com que ele considera os sete papas com quem viveu.
O primeiro é Pio XII/Eugenio Pacelli; é o papa dos seus anos de estudo na Gregoriana de Roma. É "um papa que calou".
João XXIII/Angelo Roncalli foi uma "eleição inesperada". Um belo capítulo, em que se apresenta João XXIII como um grande reformador da Igreja Católica: "Um papa que era cristão".
Paulo VI/Giovanni Battista Montini é tratado em um capítulo denso e diferenciado, em que se percorre a liderança do Concílio e do pós-Concílio. Um capítulo que será muito discutido, pelas notas críticas que Küng move ao papa da Bréscia, embora reconheça que ele estendeu sobre ele e sobre a sua história "uma mão protetora", que o salvou como teólogo católico no seu caso, que poderia ter levado, talvez, até a excomunhão.
João Paulo I/Albino Luciani é o "papa dos 33 dias", que também podia ser, nas expectativas de Küng, um papa das reformas.
João Paulo II/Karol Wojtyla, do qual se reconhece a grande capacidade de comunicação e a obra realizada, também recebe uma pesada crítica: "Um pontificado da restauração", e ainda: "Repressão por toda a linha". Um capítulo que será estudado atentamento por vaticanistas e historiadores.
Bento XVI/Joseph Ratzinger é tratado em um capítulo diferente, em que se destaca com todos os detalhes a amigável visita de Küng e a amigável acolhida do Papa Ratzinger ao seu colega de Tübingen, até o insólito evento de um "papa emeritus".
Com o último Papa Francisco/Jorge Mario Bergoglio, entra-se – é uma pergunta do teólogo – em uma "primavera vaticana"? Esse também é um capítulo bem articulado no seu desenvolvimento, em que se demonstra que Küng já teve diversos contatos com o papa atual.
Concluiu-se com um epílogo, que é intitulado: Que papado tem futuro?, em que Hans Küng retoma a tese já ilustrada em A Igreja de um papa pastor universal da cristandade, sem referência a poderes jurisdicionais (para toda a discussão, pode-se remeter a A teologia do século XX).
O livro vai gerar discussão. É possível lê-lo com grande interesse, e também decorre dele, apesar das ressalvas críticas que percorrem o texto, o grande amor pela Igreja e pelo Evangelho.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Os "sete papas" de Hans Küng - Instituto Humanitas Unisinos - IHU