13 Novembro 2015
"Dona Raimunda, de 73 anos e vivendo na Gleba Tauá há mais de 50, juntamente a 30 famílias estão sendo despejadas da área onde vivem há pelo menos três gerações nesse momento", denunciam, em nota, os membros da Comissão Pastoral da Terra (CPT), 12-11-2015.
Eis a nota.
"Hoje é um triste dia! Um dia que vai ficar marcado na história! Nesse momento estão sendo despejadas cerca de 35 famílias tradicionais da Gleba Tauá no município de Barra do Ouro - TO.
Famílias que vivem nessas terras há mais de três gerações, essa é um terra da UNIÃO FEDERAL, mas que foi grilada pelo grupo Binotto, de Santa Catarina, que chegou e começou a ameaçar as famílias com pistoleiros, queima de barracos, matança de animais, desmatamentos, ameaças de morte. Essas famílias que estão sendo despejadas nesse momento já viviam nessas terras quando os grileiros chegaram.
A justiça por sua vez está cega ou pior se finge de cega, o juiz da comarca de Goiatins (TO) tem dado várias decisões a favor dos grileiros, sem pedir que se faça perícia na área, baseado apenas em documentos que não comprovam nada, e deixando de analisar todas as provas que as famílias apresentaram que vivem nessas terras há décadas. O Juiz não levou em consideração os vários documentos do ministro do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) onde nega o pedido de regularização fundiária feito pelo o grupo Binotto, que fracionou mais de 11 mil ha de terras da UNIÃO em nome de laranjas, formando um verdadeiro laranjal.
Pra onde vão essas famílias? No manual de diretrizes para cumprimento de reintegração de posse da Polícia Militar do Tocantins, diz que precisa ser feito um levantamento da área, e antes da PM ir dar apoio ao oficial de justiça no cumprimento da reintegração de posse, é preciso saber para onde vão essas famílias, é preciso ter um local pra levar os animais das famílias, e isso infelizmente não tem.
Triste dia esse, onde o poder econômico fala mais alto, onde a justiça mostra de que lado está, está do lado dos poderosos!
Indignados podemos afirmar que continuaremos a defender essas famílias, que vamos buscar dentro das decisões do juiz de Goiatins as contradições e omissões para oferecer uma denúncia no CNJ, e que qualquer violência a mais que seja cometida contra essas pobres famílias serão todas denunciadas".
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CPT denuncia despejo das famílias da Gleba Tauá - Instituto Humanitas Unisinos - IHU