Fundação Zoobotânica do RS: Somos todos FZB, artigo de Montserrat Martins

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25 Agosto 2015

"Quanto vale o cuidado com o mundo animal e vegetal que, além de nos proporcionar qualidade de vida e lazer pelo convívio com a natureza, é material de pesquisas científicas que dizem respeito à nossa própria saúde?" questiona Montserrat Martins, médico psiquiatra, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e presidente do IGS – Instituto Gaúcho da Sustentabilidade, em artigo publicado por EcoDebate, 24-08-2015. 

Eis o artigo.

Milhares de vidas foram salvas por válvulas cardíacas de porcos, animais que não são “charmosos” mas que, descobriram os cirurgiões cardíacos, tinham as válvulas mais parecidas com as da espécie humana. Milhões foram salvas pelo fungo do gênero Penicillium. Os hipertensos podem se beneficiar com chuchu na sua alimentação, conforme comprovaram pesquisas feitas no RS.

Para a saúde humana, assim como para a qualidade de vida e o lazer, a interação com as outras espécies animais e com o reino vegetal são indispensáveis. A maior farmácia do planeta é a Amazônia, quando a ciência conseguir aprender tudo o que tem a descobrir com a natureza. Leonardo da Vinci observava pássaros e insetos quando imaginou uma máquina que viria a ser o helicóptero, séculos depois. Ainda não existem antenas tão perfeitas para captar a iminência de chuvas quanto as antenas das formigas.

Os exemplos seriam infindáveis e ilustram o que algumas pessoas ainda não sabem, da importância das espécies para a ciência e os seus benefícios. Infelizmente, uma das pessoas que ainda não sabe é o governador eleito do Rio Grande do Sul, que encaminhou projeto de extinção da FZB – Fundação Zoobotânica do RS.

A Constituição brasileira teve a sabedoria de prever, no artigo 225, a obrigação do Poder Público de preservar o patrimônio genético do país, prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas, proteger fauna e flora, além de promover a educação ambiental. São conquistas de séculos de evolução civilizatória, a ciência e a educação, que não se imaginava que em pleno século XXI fossem consideradas supérfluas.

Sendo que a humanidade tem patrimônios culturais de valor quase inestimável (a Mona Lisa, de Vinci, é estimada em 5 bilhões); a preservação, pesquisa e educação ambiental, não estariam por acaso entre os valores inestimáveis da humanidade? Quanto vale o cuidado com o mundo animal e vegetal que, além de nos proporcionar qualidade de vida e lazer pelo convívio com a natureza, é material de pesquisas científicas que dizem respeito à nossa própria saúde? O valor da vida é inestimável.

Há evidentes correções a serem feitas na administração pública, que incluem os juros pagos pelos Estados à União (contestáveis na Justiça), há inúmeros salários que extrapolam o teto mediante artifícios que também poderiam ser contestados judicialmente, há algumas pensões exorbitantes cuja motivação não faz mais sentido nos dias de hoje, enfim, não faltam correções a serem feitas para desonerar o alto peso da folha dos Estados. Extinguir a ciência e a educação ambiental não resolve esse problema e caracteriza uma visão obscurantista, atrasada e inaceitável.

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