10 Junho 2015
Independentemente se você prefira livros ou revista, ou mesmo se se mantenha informado somente pela internet, o Papa Francisco disse que todas as mídias deveriam encorajar e edificar – e não escravizar.
A reportagem é de Carol Glatz, publicada pela Catholic News Service, 08-06-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
“Em meus dias – durante a Idade da Pedra –, quando um livro era bom, lia-se; quando um livro era ruim, jogava-se fora”, contou ele a centenas de jovens em Sarajevo nesse sábado (6 de junho).
O papa encerrou a sua visita de um dia à capital deste país balcânico se encontrando com jovens de diferentes religiões e etnias que trabalham como voluntários no Centro Arquidiocesano São João Paulo II. Ele deixou de lado o texto preparado, dizendo preferir tirar algumas dúvidas em vez de discursar.
Um jovem disse ter lido que o papa havia deixado de assistir televisão há muito tempo e, então, quis saber o que o levou a fazer esta escolha.
O papa disse que decidiu, em meados de 1990, parar de assistir TV porque “durante uma noite senti que ter a televisão em casa não me fazia bem, ela estava me alienando”.
Ele não parou de assistir a filmes, no entanto.
Quando era o arcebispo de Buenos Aires, ele ia à rede de TV arquidiocesana para assistir um filme gravado que escolhia especificamente para isso, o que não tinha o mesmo efeito isolador sobre ele, contou.
“Obviamente, eu sou da Idade da Pedra, sou alguém ligado à Antiguidade!”
Os tempos mudaram, disse ele, e as “imagens” se tornaram muito importantes.
Mas mesmo nesta “Idade da Imagem”, as pessoas deveriam seguir os mesmos padrões que valiam lá na “Idade dos Livros: escolher tudo quanto me faz bem”, disse ele.
Os que produzem ou distribuem conteúdo, como as redes de televisão, têm a responsabilidade de escolher programas que promovam valores, que ajudem as pessoas a crescerem e a se prepararem para a vida, programas “que construam a sociedade, com valores que nos ajudam a progredir, e não a regredir”.
Os espectadores têm a responsabilidade de escolher o que é bom, e mudar de canal onde haja “sujeira” e coisas que “me fazem tornar uma pessoa vulgar”.
Embora a qualidade do conteúdo seja uma preocupação, é também fundamental limitar a quantidade de tempo que alguém fica diante da tela de TV, disse ele.
Se “vocês vivem grudados ao computador e se tornam escravos dele, acabam perdendo a liberdade. E se procurarem programas obscenos no computador, então perderão a dignidade”, acrescentou o pontífice.
Mais tarde, em resposta a uma pergunta de um jornalista no avião papal indo de Sarajevo de volta a Roma, o papa disse que o mundo online ou virtual é uma realidade “que não podemos ignorar”.
“Mas quando este mundo virtual nos distancia da vida cotidiana, da vida social, dos esportes, das artes e nós ficamos grudados ao computador, então temos uma doença psicológica”, disse ele.
Conteúdo negativo, continuou, inclui pornografia e conteúdo que é “vazio” ou desprovido de valores, como os programas que incentivam o relativismo, o hedonismo e o consumismo.
“Sabemos que o consumismo é um câncer para a sociedade, que o relativismo é um câncer para sociedade, e eu irei falar sobre isso na próxima encíclica” sobre o meio ambiente, a ser emitida em 18 de junho.
O papa disse que alguns pais não permitem que seus filhos tenham um computador em seus próprios quartos, mantendo-o em espaços comuns de convivência. “Estas são pequenas dicas que os pais encontram” para lidar com o problema dos conteúdos inadequados, disse.
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Papa Francisco oferece dicas da “Idade da Pedra” a jovens para que vivam bem no mundo digital - Instituto Humanitas Unisinos - IHU