16 Mai 2015
Movimentos de reforma da Igreja Católica de dez países se dirigiram ao Papa Francisco com uma carta aberta e, diante da falta de padres, pediram "novas formas de vida das comunidades e da sua liderança".
A reportagem é do sítio Religion.orf.at, 12-05-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Esse apelo foi assinado por 23 movimentos reformadores eclesiais de dez países, incluindo também o porta-voz da Pfarrer-Initiative austríaca, Helmut Schüller, e a presidente do Nós somos Igreja, Martha Heizer.
No documento, as organizações críticas dos EUA, Austrália, Índia, Grã-Bretanha, Irlanda, Itália, Eslováquia, Suíça, Áustria e Alemanha expressam a sua preocupação com o futuro "amplamente ameaçado" das comunidades paroquiais.
Elas convidam o papa a pôr um freio na fusão de comunidades por parte dos bispos. "Abramos o ministério de liderança presbiteral a todos aqueles que tem as competência para isso. Introduzamos uma nova cultura de corresponsabilidade e de decisão conjunta em todas as estruturas da nossa Igreja!", afirma-se no documento, publicado nessa terça-feira.
Os movimentos enfatizam a sua preocupação com o futuro "maciçamente ameaçado" das comunidades paroquiais, porque os bispos tendem a responder à falta de padres "em todas as partes do mundo com a fusão de comunidades paroquiais ativas e vivas, transformando-as em grandes paróquias anônimas e invisíveis".
"Nós, pastores e diáconos preocupados, agentes de pastoral, cidadãs e cidadãos da Igreja nas comunidades de todo o mundo não estamos mais dispostos a percorrer esse caminho", diz-se na carta aberta. Para manter o futuro da Igreja com comunidades vivas, são necessárias novas estruturas e novos modelos de liderança.
Eles não estão dispostos a trilhar o caminho das fusões de paróquias, defendem os signatários. Comunidades ativas são o pressuposto para poder viver uma Igreja segundo a visão do Papa Francisco, "no seguimento e no espírito de Jesus próximo das pessoas". Os grupos de reforma convidar o papa à ação: "Papa Francisco, o senhor precisa de comunidades vivas, e as comunidades precisam do senhor!".
A Igreja se realiza na cotidianidade das pessoas, e "é ali onde ela se torna viva, ou não se torna", explica-se na carta. "Aqui, e somente aqui, a Igreja recebe dia a dia a sua razão de ser."
Afirma-se, portanto, que são necessárias novas estruturas e novos modelos de liderança, que façam com que os católicos participem com base nos seus carismas. Na práticas, já existem esses caminhos: mulheres e homens, casais, separados e recasados, homossexuais e heterossexuais, jovens e idosos, que, com o seu empenho pessoal, aliviam os padres das suas crescentes tarefas e encontram "soluções criativas" quando não há nenhum padre in loco.
"Lembremos como a comunidade de Jesus foi entendida e como viveu!", afirma-se na carta. É preciso estar pronto para oferecer experiências e ideias, para apoiar ativamente o papa e os bispos na mudança da visão, de modo que a Igreja seja "autêntica companheira de viagem" das pessoas: "Demo-nos corajosamente as mãos!".
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Reformadores pedem ao papa abertura ao ministério ordenado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU