15 Mai 2015
Aconteceu o último discurso de Alois Glück como presidente do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK). Um discurso curto, mas significativo. O órgão dos leigos católicos da Alemanha, na opinião dele, é uma força que cria unidade para a Igreja Católica. Sem o Comitê Central dos Católicos Alemães, haveria muitas posições conflitantes, afirmou o presidente cessante aos seus 75 anos.
A reportagem é da Katholische Nachrichten Agentur, 10-05-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Mas é necessária muita paciência, como demonstra o debate na assembleia geral para a redação de um documento em vista do Sínodo sobre a família. Quase toda a manhã, os participantes se envolveram nisso, não passando, depois, para a consulta sobre a continuação do processo de diálogo com os bispos.
Áo contrário, lutou-se pela formulação e pelo posicionamento sobre o matrimônio e a família. A organização juvenil BDKJ insistia para que fosse explicitada a bênção dos casais do mesmo sexo, embora já estivesse implicitamente presente nas cinco páginas da declaração.
O presidente da BDKJ, Wolfgang Ehrenlechner, sublinhou que, para os jovens, era importante que fossem levadas em consideração todas as formas de convivência e que, para eles, isso era um problema mais forte do que o da atitude para com os divorciados em segunda união.
Ambos os pedidos foram finalmente acolhidos na elaboração do documento: tanto a bênção dos casais de pessoas do mesmo sexo, quanto a das novas convivências de divorciados. Estes últimos deveriam ser admitidos aos sacramentos, com base em uma decisão fundada tomada em consciência, afirma-se, segundo a posição assumida no fim por unanimidade. Em geral, tratar-se-ia de pôr em relação prática vivida e doutrina. Nisso também se encaixa de acordo com o ZdK, uma avaliação diferente dos métodos artificiais de contracepção.
A longa discussão teve um preço: de fato, permaneceu completamente a questão de como se deve proceder, segundo o ZdK, no processo de diálogo da Conferência Episcopal Alemã que chega ao seu fim no fim do ano. O processo de diálogo tinha iniciado em 2010, depois do escândalo dos abusos na Igreja Católica na Alemanha, para reconquistar a confiança.
Restaram apenas cinco minutos para a vice-presidente Claudia Lücking-Michel para relacionar os resultados de um grupo de trabalho sobre esse assunto. A única coisa clara é que não parece estar no momento oportuno requerer um Sínodo nacional, afirmou a vice-presidente.
Glück já havia definido na sexta-feira como "frutuoso" o processo de diálogo iniciado há cinco anos. Segundo o presidente cessante, esse processo não deveria terminar em setembro com um evento. Mas até agora ninguém pode dizer exatamente como leigos e bispos deveriam continuar trabalhando juntos sobre temas bem definidos. Muitos leigos desejam uma forma de cooperação mais vinculante, com estruturas mais sinodais: é isso que foi esclarecido às margens da assembleia geral.
Além das discussões, outro tema na pauta em Würzburg foi a sucessão de Alois Glück, que deverá ser decidida em seis meses. Pareceu clara ao menos uma coisa, que não haverá uma presidência de duas cabeças. Tal proposta foi claramente rejeitada na sexta-feira pelo BDKJ e por inúmeros representantes de conselhos diocesanos.
Atualmente, portanto, o ZdK, através de uma comissão própria de seleção, busca candidatos e candidatas para o cargo de presidente. Glück apontou que não faltam pessoas idôneas, só que o tempo que o presidente deve dedicar ao seu cargo honorário é um verdadeiro desafio.
Em Würzburg, não foram dados nomes. Muitos não queiram ser mencionados muito tempo antes da escolha, dizia-se. Outros afirmavam que não se via ainda o sucessor predestinado. O ZdK, contudo, tem tempo até novembro. "Eu não teria problemas se já se soubesse quem será o sucessor", disse Alois Glück.
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Uma longa e viva discussão sobre a bênção aos casais homossexuais - Instituto Humanitas Unisinos - IHU