08 Mai 2015
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 15, 9-17 que corresponde ao Sexto Domingo da Páscoa, Ciclo B, do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Fonte: http://www.periodistadigital.com/religion/ |
O evangelista João coloca na boca de Jesus um longo discurso de despedida em que se recolhe com uma intensidade especial alguns rasgos fundamentais que hão de recordar aos Seus discípulos ao longo dos tempos, para ser fiéis à Sua pessoa e ao Seu projeto. Também nos nossos dias.
«Permanecei no Meu amor». É o primeiro. Não se trata só de viver numa religião, mas de viver no amor com que nos ama Jesus, o amor que recebe do Pai. Ser cristão não é em primeiro lugar um assunto doutrinal, mas uma questão de amor. Ao longo dos séculos, os discípulos conhecerão incertezas, conflitos e dificuldades de toda ordem. O importante será sempre não desviar-se do amor.
Permanecer no amor de Jesus não é algo teórico nem vazio de conteúdo. Consiste em «guardar os Seus mandamentos», que Ele mesmo resume de seguida no mandato do amor fraterno: «Este é Meu mandamento; que os ameis uns aos outros como Eu os amei». O cristão encontra na sua religião muitos mandamentos. A sua origem, a sua natureza e a sua importância são diversas e desiguais. Com o passar do tempo, as normas multiplicam-se. Só do mandato do amor, diz Jesus: «Este mandato é o meu». Em qualquer época e situação, o decisivo para o cristianismo é não sair do amor fraterno.
Jesus não apresenta este mandato do amor como uma lei que há de reger a nossa vida fazendo-a mais dura e pesada, mas como uma fonte de alegria: «Digo-vos isto para que a Minha alegria esteja em vós e a vossa alegria chegue à plenitude». Quando entre nós falta verdadeiro amor, cria-se um vazio que nada nem ninguém pode encher de alegria.
Sem amor não é possível dar passos em direção a um cristianismo mais aberto, cordial, alegre, simples e amável onde possamos viver como “amigos” de Jesus, segundo a expressão evangélica. Não saberemos como gerar alegria. Mesmo sem querer, seguiremos cultivando um cristianismo triste, cheio de queixas, ressentimentos, lamentos e pena.
Ao nosso cristianismo falta-lhe, com frequência, a alegria do que se faz e se vive com amor. Falta ao nosso seguimento de Jesus Cristo o entusiasmo da inovação, e sobra a tristeza do que se repete sem a convicção de estar reproduzindo o que Jesus quer de nós.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Não nos desviarmos do amor - Instituto Humanitas Unisinos - IHU