''Assim organizaremos o grande Jubileu.'' Entrevista com Rino Fisichella

Mais Lidos

  • Esquizofrenia criativa: o clericalismo perigoso. Artigo de Marcos Aurélio Trindade

    LER MAIS
  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • O primeiro turno das eleições presidenciais resolveu a disputa interna da direita em favor de José Antonio Kast, que, com o apoio das facções radical e moderada (Johannes Kaiser e Evelyn Matthei), inicia com vantagem a corrida para La Moneda, onde enfrentará a candidata de esquerda, Jeannete Jara.

    Significados da curva à direita chilena. Entrevista com Tomás Leighton

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

16 Março 2015

Depois do anúncio do papa sobre o Jubileu da misericórdia, chegou o momento de arregaçar as mangas e começar a trabalhar para organizar o grande evento. Francisco confiou tudo às mãos de Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, que, nesta entrevista feita logo depois do anúncio do pontífice, conta o que devemos esperar.

A reportagem é de Fabio Marchese Ragona, publicada no jornal Il Giornale, 14-03-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

Dom Fisichella, o papa confia à sua orientação a organização desse Jubileu extraordinário da misericórdia...

É um ato de confiança por parte do Papa Francisco: ele mesmo explicou a razão pela qual o confia a nós, porque diz que este Jubileu deve ser um caminho de nova evangelização para a Igreja: devemos levar o anúncio essencial do Evangelho, devemos apresentar ainda o rosto misericordioso de Jesus.

Como será estruturado esse grande evento que envolverá toda a Igreja?

Agora que o papa fez o anúncio, temos as próximas semanas para nos preparar, para estudar todas as iniciativas a serem lançadas e, especialmente, para compreender como esse Ano Santo pode ser vivido aqui em Roma, como pode se tornar concretamente um sinal da misericórdia. O primeiro pensamento que me vem à mente é que a Igreja deverá agora redescobrir as obras de misericórdia corporal e espiritual, que seja pão de cada dia na vida dos fiéis, para as pessoas mais próximas ao Evangelho e, por isso, privilegiadas.

No ano 2000, houve muitos eventos, por exemplo o Jubileu dos esportistas ou o dos artistas. Com este papa, poderá haver um Jubileu dos pobres ou dos sem-teto?

Devemos pensar sobre isso, mas certamente o Jubileu deve dar uma expressão à Igreja, para que, concretamente, vá ao encontro de todos. Deve haver uma atenção para as pessoas mais distantes ou mais fracas. Mas devemos verificar tudo o que podemos fazer. Por enquanto, acredito que é importante entender como o papa pretende realizar esse Jubileu da misericórdia. Gostaria de salientar, no entanto, que esse evento não terá tarefas estruturais, a única tarefa é a da conversão espiritual, sobre como ser testemunhas do Senhor. As coisas estruturais e organizativas virão depois.

O Jubileu será aberto no 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II. Por que essa escolha?

O papa quis fazer esse anúncio no início do terceiro ano do seu pontificado, e eu acredito que seja uma escolha significativa. Além disso, certamente, o papa pensou em abrir a Porta Santa no dia daquele aniversário especial, porque o Concílio foi o momento em que a Igreja se voltou para o mundo, em que iniciou a falar uma nova linguagem, que obviamente é a linguagem do Evangelho, uma língua da misericórdia.