Por: André | 25 Fevereiro 2015
Devido às diferenças nos serviços de saúde disponíveis para os cidadãos em diferentes países do mundo, o custo financeiro de dar à luz pode ser dramaticamente diferente dependendo do país onde a mãe reside.
Fonte: http://bbc.in/1A4ePQm |
A reportagem é da BBC Mundo, 20-02-2015. A tradução é de André Langer.
Vai do zero, para os britânicos e cubanos cobertos pelos serviços públicos e universais de saúde de seus respectivos países, até potencialmente dezenas de milhares de dólares nos Estados Unidos, onde as pessoas que não estão cobertas por um seguro médico podem receber uma conta devastadora justo depois da feliz experiência do nascimento de uma criança.
Como assinala Mariko Oi, repórter da BBC em Singapura, “o dinheiro deveria ser a última das suas preocupações quando está para ter um bebê”.
No entanto, ao dar à luz nesse país, o nascimento da sua primogênita custou-lhe quase 6.500 dólares. E caso incluirmos todos os exames pré-natal, a conta foi de mais de 10.000 dólares.
“O nascimento da nossa filha, felizmente, foi rápido. Mas qualquer complicação que resultasse em uma cesariana de emergência teria triplicado a nossa conta”, indica a correspondente da BBC.
Estados Unidos: a exceção
No lado extremo do espectro estão os Estados Unidos.
A fatura média para um parto natural nos Estados Unidos é de 30.000 dólares. A conta total com uma cesariana, enquanto isso, pode chegar aos 50.000 dólares, segundo a Truven Health Analytics.
Os Estados Unidos são, de longe, o lugar mais caro do mundo para dar à luz ou para receber qualquer tratamento médico, já que não há serviços de saúde financiados publicamente, como na maioria dos países desenvolvidos, indica Mariko Oi da BBC.
Vale a pena assinalar que em muitos casos uma parte importante dos custos associados ao nascimento de uma criança são cobertos pelos seguros médicos privados das mães.
E nos últimos, a entrada em vigor do chamado “Obamacare”, a reforma do sistema de saúde, introduziu subsídios estatais na cobertura de seguros médicos privados para pessoas de baixa renda.
O que em 2014 aumentou em mais de oito milhões o número de pessoas cobertas com seguro médico em todo o país.
No entanto, segue existindo uma porção significativa da população, estimada pela organização Gallup em 2014 em cerca de 13% dos adultos do país, sem esses seguros.
Por essa razão, estas pessoas podem enfrentar cobranças gigantescas pelos serviços de parto, que teriam que pagar do seu próprio bolso.
Além disso, uma pesquisa da Truven Health Analytics mostra que, em média, as mulheres com um seguro comercial pago por seus empregadores descobrem que este só cobre pouco mais da metade da fatura total.
Diferenças na América Latina
Dentro da América Latina, as diferenças no custo financeiro dos serviços de maternidade também são substanciais.
Em Cuba, a população está coberta por um serviço de saúde pública gratuito que beneficia todos os seus residentes.
Em muitos dos outros países, convivem sistemas de saúde privada com esquemas de financiamento público.
Na Colômbia, por exemplo, o grosso da população está coberta por um sistema de seguro de saúde oferecido principalmente por empresas privadas.
No entanto, o Estado subsidia a inscrição de pessoas de baixa renda nestes seguros médicos.
O governo colombiano estimava em 2012 que nesse país cerca de 20 milhões de pessoas pagavam um seguro médico privado com seus próprios recursos, enquanto que outros 22 milhões o faziam graças ao chamado regime subsidiado.
Dessa maneira, 91% da população colombiana está assegurada de um modo ou de outro, e a grande parte dos custos médicos associados à maternidade estaria coberta por esse seguro.
Na Venezuela, fazer o parto em um hospital público é gratuito.
Caso se optar por um plano privado, o custo aumenta consideravelmente, embora novamente uma porção substancial dos usuários de serviços privados o façam mediante esquemas de seguros privados.
María Fernández, uma caraquenha que acaba de ter um filho, disse à BBC Mundo que o parto em uma clínica privada da capital venezuelana custou cerca do de 120.000 bolivares (cerca de 19.000 dólares) dos quais 72.000 bolivares foram pagos pelo seguro e os demais saíram do seu bolso.
África do Sul
De acordo com Lerato Mbele, jornalista da BBC em Johannesburgo, o serviço de saúde pública da África do Sul oferece assistência materna e pré-natal que é geralmente gratuita, mas com padrões muito básicos.
As mulheres da classe média, cerca de 30% da população, podem pagar seguros e médicos privados.
Em média, o parto pode custar 2.000 dólares, indica o correspondente da BBC.
Mbele assinala, além disso, as diferenças raciais que frequentemente marcam a desigualdade na qualidade do tratamento disponível para os seus cidadãos.
Índia
Os pobres na Índia podem acessar o tratamento pré-natal e de maternidade em hospitais públicos gratuitos, aponta Shilpa Kannan, jornalista da BBC em Deli.
Os que podem pagar médicos privados devem arcar com custos que vão de 240 dólares para um parto normal, até 400 dólares para partos com cesariana, assinala Kannan.
Na maioria dos casos, os seguros médicos privados cobrem estes custos, indica a nossa correspondente.
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O custo da maternidade varia muito de acordo com o país - Instituto Humanitas Unisinos - IHU