23 Fevereiro 2015
O regional Centro-Oeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, no dia 19, uma nota em que manifesta sua preocupação com a situação do Acampamento Dom Tomás Balduíno, localizado na fazenda Santa Mônica, em Corumbá (GO). No local, segundo o texto, mais de 3 mil famílias moram e produzem há cinco meses. Uma ordem judicial ameaça o despejo do grupo, que por sua vez deseja que o terreno de cerca de 20 mil hectares seja destinado à reforma agrária.
Diante da situação, os bispos das dioceses de Goiás (GO), dom Eugênio Lambert Adrian Rixen, e de Ipameri (GO), dom Guilherme Antônio Werlang, temem que se repitam situações trágicas, como o que aconteceu em Corumbiara (RO), em 1995; Eldorado dos Carajás (PA), em 1996, e o Parque Oeste, em Goiânia (GO), no ano de 2005. "[...] as famílias não têm para onde ir e colocaram seus poucos recursos na produção agrícola em aproximadamente duzentos hectares de terra, produção esta que somente estará pronta para colheita em julho deste ano", alertam.
A informação é publicada pelo Boletim da CNBB, 20-02-2015.
Eis a nota.
Nota do Regional Centro Oeste sobre a ocupação Fazenda Santa Mônica - Corumbá–GO
A justiça e a paz se abraçarão” (Cf. Sl 85, 10)
A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz do Regional Centro Oeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunida em Goiânia no dia 19 de fevereiro de 2015, manifesta sua preocupação com a situação do Acampamento Dom Tomás Balduíno, localizado na fazenda Santa Mônica, em Corumbá – GO, onde mais de 3 mil famílias, há cinco meses moram e produzem.
O anseio das famílias é que aquele latifúndio que, das egundo informações veiculadas na impressa, compreende mais de 90 propriedades, totalizando cerca de 20 mil hectares, seja adquirido pelo Governo Federal e destinado à reforma agrária.
Há uma ordem de despejo das famílias para o dia 25 de fevereiro próximo, sentenciada pelo juiz Dr. Levine Raja Gabaglia Artiaga, da Comarca de Corumbá. Caso esse procedimento seja realizado, a Comissão entende que existe grande risco de uma nova tragédia ocorrer, a exemplo de Corumbiara - RO, em 1995, Eldorado dos Carajás - PA, em 1996, e o Parque Oeste, em Goiânia - GO, no ano de 2005, uma vez que as famílias não têm para onde ir e colocaram seus poucos recursos na produção agrícola em aproximadamente duzentos hectares de terra, produção esta que somente estará pronta para colheita em julho deste ano.
A Comissão está mantendo diálogo com o Governador de Goiás, Marconi Perillo e com o Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, os quais nos afirmaram estar empenhados em buscar uma saída pacífica para esta situação, visando a proteção da vida e dos direitos das famílias Sem Terra.
Igualmente estamos em diálogo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, MST, que se compromete com uma posição de diálogo com os poderes judiciário e executivo em busca da solução definitiva desta situação, que é a realização da reforma agrária na região.
Goiânia, 19 de fevereiro de 2015
Dom Eugênio Lambert Adrian Rixen
Bispo da Diocese de Goiás
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz CNBB - Regional Centro Oeste
Dom Guilherme Antonio Werlang, MSF
Bispo da Diocese de Ipameri
Vice-Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz CNBB - Regional Centro Oeste
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Bispos do Centro-Oeste manifestam preocupação com situação de famílias em Corumbá - Instituto Humanitas Unisinos - IHU