23 Fevereiro 2015
Em preparação para a Páscoa, os jesuítas da rede Ignatian Solidarity Network (ISN) estão oferecendo uma série de reflexões quaresmais em torno do tema Renewing the face of the Earth (Renovando a face da Terra).
Veja abaixo, na sessão "Para ler mais", as outras partes dessa série.
Autores de todo o mundo oferecem breves reflexões a partir de suas experiências de cuidado da criação e das leituras do dia. Essas reflexões diárias examinam a nossa fé e o modo como praticamos o cuidado ambiental.
A Ignatian Solidarity Network (ISN) é uma rede de justiça social que reúne universidades, colégios, paróquias, junto com diversas outras instituições católicas e parceiros seculares. Fundada em 2004, a rede se inspira na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola.
A reflexão de hoje foi escrita por Brian O'Donnell, SJ, secretário-executivo da Conferência Católica da Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, lutando por questões de justiça social. Foi professor da University of Detroit Mercy e da Wheeling Jesuit University. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Há 40 anos, neste mês de fevereiro, o Wheeling College testemunhou a divulgação de um documento notável: "Esta terra é uma casa para mim. Uma carta pastoral sobre a impotência em Appalachia dos bispos católicos da região".
A carta inspirava-se em uma série de sessões de audição realizadas por todas as montanhas no ano anterior, em que todos os tipos de pessoas falaram sobre as suas esperanças e os seus medos.
A união dessas testemunhas ao testemunho da Escritura e aos ensinamentos de justiça social da Igreja criou um documento profético, que captou a imaginação dos fiéis no mundo todo.
A letra narra o conto dos habitantes das montanhas que "amam a liberdade e a beleza da natureza", encontrando-se cada vez mais nas malhas de um sistema industrial "que produzia por amor à produção e tentava treinar as pessoas a consumirem por amor ao consumo".
Em Appalachia, o epítome desse Ídolo da "maximização do lucro" foi o Rei Carvão, com o seu impacto sobre a sociedade e a natureza. As lutas dos povos da montanha, inspiradas no "messias dos pobres", contra esse Ídolo fazem de Appalachia um símbolo para os sofrimentos da gente simples em todos os lugares, para a sua resistência contra a desumanização e a destruição.
Os bispos concluem a sua carta com esta afirmação retumbante:
Pois são as coisas frágeis deste mundo
que parecem loucura
que o Espírito toma
e assume como próprias.
O sonho da luta das montanhas,
o sonho da simplicidade
e da justiça,
assim como tantas outras visões reprimidas,
é, acreditamos nós,
a voz do Senhor no meio de nós.
Questões para reflexão:
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''Renovando a face da Terra'': esta terra ainda é a nossa casa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU