22 Janeiro 2015
Foto: Jack Mallon / Flickr |
Uma pesquisa inédita, realizada pelo Centro de Análises Econômicas e Sociais da PUCRS (Caes), mapeou as experiências de violência no cotidiano de crianças que vivem em favelas do Rio de Janeiro, Recife e São Paulo. Os resultados apontam que elas sofrem violência física e psicológica a partir do primeiro ano de vida, ficando mais intensa entre os 2 e 4 anos de idade. As mães são as pessoas que mais praticam atos violentos contra os filhos, incluindo grito, castigo e violência física, constatou a pesquisa.
A reportagem foi publicada pelo portal EcoDebate, 21-01-2015.
Para falar sobre o assunto, o programa Revista Brasil entrevistou o advogado Ariel de Castro Alves, também consultor jurídico da ONG Internacional Aldeias Infantis SOS e membro do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo (Condeca-SP), que falou aos ouvintes da Rádio Nacional de Brasília sobre o estudo e quais as consequências que a violência praticada contra crianças deverá trazer para a sociedade futuramente.
Ariel de Castro Alves classificou a pesquisa da PUCRS como interessante, uma vez que trouxe ao conhecimento do público os impactos da violência urbana, causadas pela sociedade, e também da violência interna, praticada no âmbito familiar. Segundo ele, os dados levantados pelo estudo são estarrecedores e devem se tornar motivo de preocupação para o governo.
O advogado destacou que as crianças, principalmente aquelas que vivem em comunidades com certa vulnerabilidade social, têm uma rotina de violência interna, ocorrida dentro do ambiente familiar e praticada, muitas vezes, pelas próprias mães, e também uma rotina violenta fora de casa, dentro da comunidade em que vivem.
Segundo a pesquisa, os reflexos de violência física e psicológica já aparecem no primeiro ano de vida da criança e se intensificam na faixa de 2 a 4 anos de idade. O advogado Ariel de Castro ressaltou que os danos dessa violência são considerados graves, uma vez que é nessa faixa etária que a criança está desenvolvendo uma personalidade. Para ele, os reflexos podem vir alguns anos depois, quando a criança já adulta passa a reproduzir a violência que sofreu dentro e fora de casa.
Confira a íntegra da entrevista nesta edição do programa Revista Brasil.
(Clique na imagem do player para fazer o download do áudio)
O programa vai ao ar de segunda a sábado, às 8h, na Rádio Nacional de Brasília, uma emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A apresentação é do jornalista Valter Lima.
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Estudo inédito mapeia violência praticada contra crianças no país - Instituto Humanitas Unisinos - IHU