09 Janeiro 2015
O pastor Martin Junge, secretário-geral da Federação Luterana Mundial (FLM), afirmou que as relações entre as Igrejas luterana e católica chegaram a um ponto de virada epocal. A declaração foi feita no dia 18 dezembro, na Igreja Luterana de Roma, no âmbito da fase conclusiva do projeto ecumênico internet "2017 – Together on the Way", dentro do qual o Comitê Nacional Alemão da FLM e o Instituto Ecumênico Johann Adam Möhler apresentaram em conjunto o documento de diálogo "Do conflito à comunhão", em um fórum online interativo.
A reportagem é de Marta D'Auria, publicada no sítio Riforma, 29-12-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Retomando o título do documento, Junge ressaltou que a relação entre luteranos e católicos está se transformando "do conflito à comunhão". Justamente em um mundo "em que a religião e a fé são regularmente retratadas e percebidas como responsáveis pelos conflitos, é um testemunho extraordinário que as Igrejas luterana e católica tenham continuado a caminhar rumo a uma comunhão profunda que nos torna livres para servir a Deus e ao mundo".
Junto com Junge, participaram do encontro: o cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos (PCPCU), o bispo Karl-Hinrich Manzke, responsável da Igreja Evangélica Luterana Unida da Alemanha (Velkd) para as relações com a Igreja Católica, o bispo Gerhard Feige, presidente da Comissão para o Ecumenismo da Conferência Episcopal Alemã.
Junge e Koch aproveitaram a ocasião para anunciar o projeto de um guia litúrgico comum no âmbito do aniversário do 500º aniversário da Reforma em 2017, cuja publicação está prevista para 2015. Em vista de 2017, o material luterano-católico romano tem o objetivo de permitir que todas as Igrejas do mundo revejam os 500 anos da Reforma.
O guia seguirá o diálogo do diálogo "Do conflito à comunhão", publicado por ambos os parceiros em 2013, que será transposto para atos litúrgicos. O material vai refletir, de fato, a estrutura de tal documento com a sua forma tríplice de: confissão do pecado pelas feridas infligidas reciprocamente; alegria pelas intuições e pelas dimensões da Reforma; esperança pela unidade.
Durante o encontro, também foi discutido o que exatamente deve ser comemorado em 2017. "Não a divisão da igreja, nem o 500º aniversário de uma Igreja, nem certamente as ações heroicas", disse o bispo católico Feige claramente sobre isso. "Mas o que, então? Pôr Cristo no centro das celebrações em torno de 2017 e, desse modo, celebrar a festa de Cristo construiria uma ponte para ambos os parceiros. No entanto, a ideia ainda precisa ser preenchida com conteúdos mais tangíveis", admitiu.
Os relatores concordaram sobre a questão de um ato conjunto de arrependimento entre luteranos e católicos. "Penso que seria ótimo se tal ato simbólico ocorresse entre católicos e luteranos", disse Koch. No entanto, não diria respeito aos erros unilaterais ou aos pedidos de arrependimento. "A parte católica não está dizendo aos luteranos para se arrependerem", sublinhou Feige.
Apesar da necessidade de dar espaço para arrependimento, Manzke também exortou os presentes a não esquecerem as experiências positivas, o terreno comum e que "as nossas Igrejas têm a mesma missão: dar um testemunho claro em palavras e obras".
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Ponto de virada epocal entre luteranos e católicos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU