Por: João Conceição e Marilene Maia | 21 Mai 2019
A reforma da Previdência apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro propõe retirar o abono dos trabalhadores formais. O abono é um benefício pago a quem ganha menos de 2 salários mínimos e tem pelo menos 5 anos de cadastro no Programa Integração Social - PIS.
O trabalhador recebe 1/12 do salário mínimo multiplicado pelos meses que trabalhou no ano, caso tenha trabalhado por pelo menos 30 dias no ano-base considerado para apuração. Com a reforma da Previdência, o governo propõe que o benefício seja restrito a quem ganha 1 salário mínimo ou menos.
Em 2017, 26 milhões de trabalhadores brasileiros tinham direito ao abono, significando 47% dos trabalhadores assalariados formais, de acordo com os últimos dados disponibilizados pela Relação Anual de Informações Sociais - RAIS. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, 47,9% dos trabalhadores recebiam até 2 salários mínimos em 2017. Isso, em número absoluto, representa 602.201 trabalhadores.
As trabalhadoras mulheres serão as mais afetadas, pois 53,6% delas ganham até 2 salários mínimos mensais na Região Metropolitana de Porto Alegre. Dentre as profissões que mais vão perder com a mudança estão os cozinheiros, trabalhadores de serviços de manutenção, porteiros, vigias, recepcionistas e ajudantes de obras.
Além da mudança no abono ter um importante impacto distributivo negativo, a reforma propõe tirar da economia até R$ 17,6 bilhões por ano, o que tem repercussões no crescimento econômico, já que é dinheiro circulando na mão de uma parcela da população que possui alta propensão a consumir.
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22% dos trabalhadores da Região Metropolitana de Porto Alegre perderão o abono salarial com a Reforma da Previdência - Instituto Humanitas Unisinos - IHU