12 Fevereiro 2018
O bispo de Malta, Charles Scicluna, nomeado pelo Papa Francisco para ir ao Chile a fim de reunir informações sobre as denúncias contra o bispo de Osorno, Juan Barros Madrid, como suposto acobertador dos abusos cometidos por Fernando Karadima, chegará ao Chile na terça-feira, 20 de fevereiro.
A reportagem é de Carlos Reyes, publicada por La Tercera, 10-02-2018. A tradução é de André Langer.
“O que ficamos sabendo através da Nunciatura Apostólica no Chile é que o período em que dom Scicluna vai ouvir as pessoas que solicitaram encontrar-se com ele, será entre os dias 20 e 23 de fevereiro. Esses são os dias que ele considerou pertinentes para dedicar-se a esse propósito”, informou Jaime Coiro, da Conferência Episcopal, ao jornal La Tercera.
A nomeação pelo Papa do arcebispo de Malta, especialista em investigar casos de abusos cometidos por sacerdotes, deu-se após a visita do Pontífice em janeiro passado.
Durante o período em que Scicluna estiver no Chile, ele se encontrará com diversas pessoas que manifestaram vontade de compartilhar informações sobre a situação de Barros.
A agenda que terá durante os quatro dias de permanência no país está sendo preparada pela Nunciatura Apostólica, onde o prelado fará os trabalhos.
“Como é um trabalho da Santa Sé, o organismo próprio que prepara e auxilia nas atividades e tarefas do Papa é a Nunciatura Apostólica”, disse Coiro.
Correio eletrônico
Embora ainda não haja clareza quanto à modalidade do trabalho de Scicluna, Coiro explicou que “se houver alguém que acredite ter alguma informação importante para compartilhar, pode escrever diretamente para o correio eletrônico da Nunciatura Apostólica no Chile, que é Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e, é claro, que aí se mantém em sigilo o caso, se for o caso, e se pedirá um breve texto com os motivos que o levam a solicitar esta audiência”.
Antes da sua chegada ao país, a autoridade maltesa irá a Nova York, Estados Unidos, onde se encontrará pessoalmente com Juan Carlos Cruz, um dos denunciantes de Karadima e do suposto encobrimento de Juan Barros.
O encontro entre os dois, que em princípio se daria pelo Skype, ocorrerá no dia 17 de fevereiro, dando desta forma início à investigação.
Alejandro Álvarez, advogado canônico e porta-voz de Vozes Católicas, indicou que a vinda de Scicluna “é muito importante. Ela manifesta a iniciativa que o Papa teve para colocar à disposição das vítimas e de qualquer pessoa que tiver informações, para que possa compartilhá-las”.
Ele acrescentou que nos dias em que o arcebispo de Malta estiver no Chile, “o mais importante é que esclareça a verdade tanto para as vítimas como para as pessoas acusadas, de modo a restaurar a paz na Igreja e na vida entre nós”.
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Chile. Scicluna ouvirá durante quatro dias denúncias contra Barros - Instituto Humanitas Unisinos - IHU