Por: André | 06 Novembro 2015
O padre espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda, preso no dia 02 de novembro por vazamento de documentos secretos do Vaticano, “está bem” e recebe “bom tratamento”, segundo fontes diplomáticas.
A reportagem é de Jesús Bastante e publicada por Religión Digital, 05-11-2015. A tradução é de André Langer.
Um diplomata da delegação espanhola no Vaticano visitou nesta quinta-feira durante cerca de meia hora Vallejo Balda, como “expressão da proteção do Estado” a um cidadão espanhol.
O encontro aconteceu em uma sala do quartel da Gendarmeria vaticana e ocorreu a pedido da Embaixada espanhola, acrescentaram as fontes.
Vallejo Balda encontra-se preso nas mesmas dependências em que esteve preso Paolo Gabriele, que foi mordomo do Papa Bento XVI e condenado a 18 meses de prisão por roubo e divulgação de documentos do Pontífice no caso que ficou conhecido como o escândalo Vatileaks.
Esta é a primeira notícia que se tem do estado do padre espanhol, após cuja prisão no último fim de semana a Santa Sé não deu até o momento informações sobre onde se encontra nem sobre o procedimento aberto contra ele pela Justiça vaticana.
Vallejo Balda e a leiga Francesca Chaouqui foram presos acusados de roubar e divulgar notícias e documentos reservados. Chaouqui foi posteriormente posta em liberdade.
Monsenhor Vallejo Balda foi secretário da já dissolvida comissão investigadora dos organismos econômicos e administrativos da Santa Sé (COSEA), da qual fazia parte também a Chaouqui.
A Santa Sé informou que ambos foram presos após serem interrogados entre o sábado e o domingo passado no marco das investigações sobre o vazamento de documentos reservados do Vaticano.
Nesta quinta-feira foram publicados dois livros – Via Crucis, de Gianluigi Nuzzi, e Avareza, de Emiliano Fittipaldi – que contêm documentos cuja procedência tem relação com essas prisões.
Na quarta-feira, o porta-voz vaticano, Federico Lombardi, referiu-se ao conteúdo desses livros e disse que se trata “em geral (de) informações obtidas ou oferecidas com a colaboração dessas mesmas instituições” da Santa Sé que são citados nos livros.
Por outro lado, o cardeal Tarcisio Bertone, ex-secretário de Estado do Vaticano, denunciou as “calúnias” contidas nos dois livros com documentos secretos da Santa Sé em relação a diversos gastos que são atribuídos a ele.
“É uma vergonha, não sei como me defender”, declarou ao jornal Corriere della Sera o cardeal em relação aos dados publicados sobre o custo da reforma do apartamento em que mora.
A reforma da residência de Bertone – dados sobre os custos e dimensões já foram objeto de polêmica há alguns meses – teve um custo de 300 mil euros, valor que o cardeal garante ter pagado do seu bolso.
“Quanto ao apartamento que me foi designado de acordo com o Papa Francisco e os superiores do Governadorado, recebi o comunicado de que este ano não havia orçamento para a reforma e que deveria arcar com os gastos”, explica Bertone.
O cardeal acrescenta que o Governadorado (Governo da Cidade do Vaticano) enviou-lhe as faturas para que efetuasse o pagamento e que as pagou com dinheiro de sua conta.
“Paguei com minhas economias por um apartamento que não é de minha propriedade e que ficará para o Governadorado”, alega o ex-secretário de Estado.
“Não vivo no luxo”, responde Bertone ao ser perguntado sobre como se compara com o Papa, que mora em um apartamento de 50 metros quadrados na Casa Santa Marta, no Vaticano.
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Vallejo Balda “está bem e recebe bom tratamento” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU