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Colégio Anchieta, 120 anos: Formando cidadãos do mundo. Entrevista especial com Guido Kuhn

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05 Março 2010

São 120 anos ensinando a pensar. Assim podemos resumir a história do Colégio Anchieta, instituição jesuíta que nasceu em Porto Alegre, em 1890, e hoje é uma das mais tradicionais da cidade. A rua Duque de Caxias, no centro da capital do Rio Grande do Sul, foi onde o colégio começou a dar seus primeiros passos no campo da educação, passando, mais tarde, para a Zona norte, contribuindo para revolucionar a paisagem urbana da região, que, no início do século passado, quando o Anchieta resolveu se mudar, era uma área isolada de Porto Alegre. “Neste novo endereço, o colégio viveu os tempos do Vaticano II, as mudanças na sociedade, a revolução e toda aquela atuação no sentido de uma conscientização maior para os desequilibrios sociais, para as desigualdades de quem tem muito e quem não tem nada”, narra o atual diretor da instituição, Guido Kuhn, padre jesuíta.

Na entrevista a seguir, realizada por telefone, Pe. Guido lembrou momentos importantes da história do Colégio Anchieta, falou das figuras de destaque que fizeram parte do dia-a-dia da instituição e ainda refletiu sobre as vivências que levaram a escola a se consolidar. “Se o colégio não buscar todos esses subsídios, que hoje a neurociência e outros campos da ciência nos apresentam, vai apresentar uma proposta que, com o tempo, os pais não vão querer para seus filhos”, afirmou.

Pe. Guido Aloys Johanes Kuhn é diretor geral do Colégio Anchieta desde 2006. Em fevereiro deste ano, ele completou 50 anos como jesuíta. É também presidente da Associação de Educação Católica do Brasil do Rio Grande do Sul e vice-presidente da ANEC BR.

Pe. Guido é formado em Filosofia e Teologia pelo colégio Cristo Rei (São Leopoldo), e mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (RJ).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – O Colégio Anchieta completou, em janeiro, 120 anos. O senhor pode nos contar um pouco da história da instituição?

Pe. Guido Kuhn – O colégio começou no centro de Porto Alegre, na rua Duque de Caxias, número 1247, em 13 de janeiro de 1890, dois meses após a proclamação da República. A instituição funcionou neste endereço durante 75 anos, e, em 1965, passou a funcionar onde hoje está. Tudo foi feito por etapas: em 1963, foi um primeiro grupo, em 1964, uma segunda equipe se mudou e, em 1965, todos passaram para a nova sede, na rua Nilo Peçanha. Neste endereço, já estamos há 45 anos.

O Colégio Conceição, que funcionou de 1869 a 1912, em São Leopoldo, mostrou para o jesuítas que estavam aqui na região a importância de se trabalhar além das paróquias, do meio agrícola e com as orientações. Mostrou, então, a importância de trabalhar no campo da educação. Em geral, as paróquias tinham alguma escola, tanto católicas quanto evangélicas e protestantes. Em Porto Alegre, foi pedido que também houvesse uma escola e, assim, foi aberto o colégio Anchieta, que, na época, era um ginásio.

Os jesuítas daquela época estavam aqui em um número bastante grande e tinham sido expulsos da Alemanha no tempo da unificação por Bismark [1]. Vieram muitos jesuítas que, na época do positivismo, também estavam se voltando para o campo das ciências como uma forma de dialogar com a sociedade de então. Eles, então, tinham condições de assumir o trabalho nas escolas. Tinham formação na área de física, química, biologia, línguas etc. Nestes anos, foram fundados na região missionária, que ainda não era província, o Colégio Anchieta, em 1890; o Gonzaga,  Pelotas, em 1895; o Stella Maris, em 1900; e o Colégio Catarinese, em 1905, em Florianópolis. Num período muito curto, de 15 anos, foram fundados todos esses colégios, o que significou um desafio muito grande. Por aí podemos perceber a importância que era dada a este trabalho no campo da educação, como uma forma de dialogar com o mundo de então.

Neste período, como também estavam surgindo aqui em Porto Alegre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, mais adiante, a Pontifícia Universidade Católica. Muitos dos jesuítas acabaram entrando também nas universidades, trabalhando no Anchieta e nas universidades. Haviam muitos pesquisadores, alguns fundadores do Instituto Histórico Geográfico do Rio Grande do Sul, outros mais da área de química, farmácia, botânica, como o Pe. Balduíno Rambo [2], história do Rio Grande do Sul, e outros mais da área da escrita de gramáticas. O colégio funcionava, praticamente, como uma miniuniversidade, seja no campo das pesquisas ou na atuação em vários locais e entidades. No campo religioso, as congregações marianas, formaram lideranças para depois atuarem na Universidade Federal e na PUC.

Na primeira metade do século XX, a presença do Colégio Anchieta teve uma forma muito dinâmica e atuante na sociedade de Porto Alegre e de parte do estado. Aí, chama a atenção, por exemplo, a época em que o governador do estado, Getúlio Vargas, frequentava o Colégio Anchieta, participava e conversava com a direção, com os jesuítas, pela proximidade com o Palácio, já que o colégio se situava vizinho do Museu Júlio de Castilhos. O crescimento da cidade levou os jesuítas daquela época a buscar um local mais amplo, onde se pudesse expandir mais o colégio. Aí foi escolhida a área da Nilo Peçanha. No início, a decisão foi questionada pois colocava o colégio ‘fora da cidade’. Na época, a Nilo Peçanha terminava na Tomaz Gonzaga, onde acaba o limite do colégio. Só depois, com o Shopping Iguatemi, é que a cidade se expandiu mais.

Neste novo endereço, o colégio viveu os tempos do Vaticano II, as mudanças na sociedade, a revolução e toda aquela atuação no sentido de uma conscientização maior para os desequilibrios sociais, para as desigualdades de quem tem muito e quem não tem nada. Neste local, o colégio cresceu muito e hoje tem cerca de três mil alunos.

O colégio teve períodos de atuação muito significativa no campo do ensino gratuito, tanto quando atuava no centro, atendendo à noite, quanto na Zona Norte, de 1968 à 1984, onde atendia gratuitamente a populações das periferias próximas. Hoje, temos uma associação com o Projeto Pescar [3], em que se trabalha com população de risco. Também, junto com o grupo de músicos da Orquestra Unisinos, estamos com trabalhando com projetos de atendimento em Porto Alegre e São Leopoldo. Em Porto Alegre, encontramos muitas pessoas que falam que estudaram no Colégio Anchieta. Podemos dizer, também, que metade dos alunos são filhos de ex-alunos. Há uma ligação muito forte na questão “de pai para filho”.

IHU On-Line – Das diferentes fases que o colégio vivenciou, qual foi a mais relevante em relação a sua história?

Pe. Guido Kuhn – Na história do Colégio, a fase da primeira metade do século XX foi de uma atuação pioneira, porque abriu muitas frentes e horizontes para a sociedade da época. Os padres alemães, no campo da atuação católica, formaram lideranças cristãs da sociedade. Claro que haviam concepções polêmicas de defesa e de não aceitação do diferente, que hoje já está mudando, mas acredito que aquele foi um momento histórico muito interessante, de muito dinamismo. O Colégio era um centro irradiador de influência, de pensamento, de cultura e de reflexão naquele momento.

Na segunda metade do século XX, a realidade mudou, e os anos 1980 também foram um momento muito delicado, difícil e conturbado por causa da questão da questões ligadas à libertação da opressão e de todas aquelas lutas. Porém, acredito em toda essa ideia, que a Unisinos também desenvolve, da formação humana, do interesse na capacitação profissional, para que a pessoa possa ser um cidadão, e também um cristão, um empreendor, um protagonista e que saiba conviver com os demais. Essa é uma preocupação que se tem na educação do Colégio Anchieta.

IHU On-Line – Que figuras que passaram pelo Anchieta o senhor destacaria?

Pe. Guido Kuhn – A figura marcante, em termos da transição do colégio do centro para o local atual, é o Pe. Henrique Pauquet, um alemão empreendedor extraordinário e homem de muita visão. Ele que trabalhou e conseguiu conquistar a Vila Oliva, o Morro do Sabiá, o novo endereço na Nilo Peçanha, através de seu dinamismo e empreendedorismo. No campo da ciência, do ensino e da pesquisa, sem dúvida, o Pe. Balduíno Rambo, o Pe. Matthias Schmitz. No campo da espiritualidade também houve várias figuras que marcaram bastante.

IHU On-Line – Para o senhor, qual foi o impacto da “educação libertadora” nos anos 1970 e 1980?

Pe. Guido Kuhn – A educação libertadora vivia o impasse, os conflitos e as dificuldades de compreensão em termos de igreja e de sociedade. Polarizou um pouco demais a questão dos ricos, dos pobres, dos opressores e oprimidos, e isso chegou a um ponto de um radicalismo muito grande e difícil de ser superado na época. O diálogo era difícil, tanto no campo da igreja, na própria Companhia de Jesus, quanto na sociedade.

Outros dados das próprias pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados da realidade brasileira de tantas desigualdades, também apontavam o que, as vezes, havia dificuldades de se enxergar. Não era, pura e simplesmente, uma condenação de quem tivesse mais recursos, mas deveria se trabalhar no sentido de que essas diferenças não permanecessem da forma como estava ocorrendo dentro da sociedade.

IHU On-Line – Tendo em vista a sociedade do conhecimento, como o senhor vê o futuro do colégio?

Pe. Guido Kuhn – Se o Colégio não buscar todos esses subsídios, que hoje a neurociência e outros campos da ciência nos apresentam, vai apresentar uma proposta que, com o tempo, os pais não vão querer para seus filhos. O colégio tem que estar atualizado neste campo e adiantado para poder oferecer isso à geração de hoje. No contato que estou tendo com os antigos alunos, geralmente nos finais de ano, nós encontramos pessoas que passaram pela Ásia, Oceania, África, América do Norte, Europa, enfim. Ou seja, o aluno daqui acaba virando cidadão do mundo e, por isso, deve estar preparado, ou pelo menos encaminhado, para enfrentar essa realidade. A equipe do Colégio, portanto, tem que estar em conexão com essa ideia, não dando receitas, mas fazendo pensar.

IHU On-Line – Como o senhor analisa a relação entre a educação e os jesuítas?

Pe. Guido Kuhn – No início, o fundador visava mais um trabalho junto aos enfermos, um trabalho pastoral tipo das missões. Não bem nas paróquias, mas de um apostolado mais direto. Depois, ele começou a perceber que o campo da educação oferecia uma possibilidade maior de exercer uma influência, de formar lideranças etc. Assim, oito anos após a fundação, a congregação dos jesuítas acabou entrando no campo da educação. São mais de 400 anos dos jesuítas atuando no campo da educação, assim como na associação de educação católica, nos conselhos estaduais de educação, nos sindicatos de escolas particulares.

IHU On-Line – Os alunos do Colégio Anchieta, em sua maioria, fazem parte de uma classe social mais elevada economicamente. O que a instituição pensa sobre a educação e a desigualdade social?

Pe. Guido Kuhn – Sabemos que há outros países em que os governos possibilitam que as famílias façam a escolha de matricular seus filhos numa escola pública ou particular. Aqui no Brasil, o Poder Público destina dinheiro dos impostos para as instituições ditas estatais, e as instituições particulares, sejam colégios ou universidades, precisam viver de mensalidades. Assim, claro, só podem ter acesso a essas instituições as famílias que têm condições financeiras para tal. Eu, que acompanhei a Associação de Educação Católica, vejo que, em cidades pequenas ou médias no interior do estado, as escolas particulares estão morrendo, porque não há mais famílias com poder aquisitivo para continuar mantendo seus filhos nestas escolas. Então, dentro desta realidade, o que se pode fazer é formar a sensibilidade para que esses alunos que estudam numa escola particular, quando se tornarem profissionais, trabalhem no sentido de diminuirem as diferenças sociais.

Notas:
[1] Otto Leopold Edvard von Bismarck-Schönhausen foi um nobre, diplomata e político prussiano. Entre 1862 e 1890, foi primeiro-ministro do reino da Prússia, e unificou a Alemanha. Depois de uma série de guerras, tornou-se o primeiro chanceler do Império Alemão.




[2] Balduíno Rambo jesuíta, professor, jornalista, escritor, botânico e geógrafo brasileiro. Em 1931, tornou-se professor de história natural no Colégio Anchieta, em Porto Alegre, onde ficou até 1933. Estudou teologia no Seminário Conceição de São Leopoldo, ordenando-se em 1936. Voltou a lecionar no Colégio Anchieta, onde fixou residência e passaria a maior parte de sua vida. Foi fundador da cátedra de Antropologia e Etnografia da UFRGS em 1940, também lecionou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Leopoldo, futura Unisinos.

[3] O Projeto Pescar é uma iniciativa mantida por empresas sem fins lucrativos, com a intenção de preparar jovens de baixa renda para inclusão social e no mercado de trabalho.


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