No santuário devastado pelos jihadistas, encontrais as relíquias de Mar Elian. Jacques Murad: assim o mosteiro renascerá

Mais Lidos

  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS
  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

07 Abril 2016

Em Qaryatayn, a cidade síria há pouco colocada sob o controle do exército sírio, os jihadistas do Estado Islâmico (Daeschi) foram embora deixando macerações e devastações no santuário de Mar Elian, onde até os primeiros dias de ocupação, em agosto de 2015, haviam profanado brutalmente a tumba do Santo, para eliminar aquilo que também aos seus olhos representava o coração do complexo monástico. Mas as relíquias de Mar Elian, espalhadas em torno do sepulcro do santo, não foram perdidas: poderão ser recolhidas e recompostas, e em torno delas poderá de novo recolher-se a vida e a devoção dos cristãos da região.

A reportagem foi publicada por Agência Fides, 05-04-2016. A tradução é de Benno Dischinger.

A notícia foi confirmada à Agência Fides com entusiasmo e comoção pelo padre Jacques Mourad, Prior da comunidade monástica – filiada ao mosteiro de Deir Mar Musa al Abashi – que nos últimos anos havia feito reflorescer o antigo Santuário do IV século, situado na periferia de Qaryatayn. O próprio Padre Jacques Mourad tinha sido feito prisioneiro de um comando de jihadistas que em 21 de maio de 2015 invadiu o santuário e o sequestrou. Foi libertado em 11 de outubro passado.

“Diante de tudo que aconteceu e está acontecendo", ressalta padre Mourad, “prefiro permanecer em silêncio, porque precisamente hoje o silêncio me aparece como a palavra mais correta e adequada”.

Depois, com poucas palavras simples, exprime o consolador olhar de fé com o qual ele e os seus companheiros vivenciaram também este tempo atormentado. “Que as relíquias de Mar Elian não tenham sido perdidas”, disse a Fides o padre Jacques, “é para mim um grande sinal: quer dizer que ele não quis deixar aquele mosteiro e aquela terra santa. Sabemos que os santos estão no céu, e nós podemos sempre invoca-los e solicitar a sua ajuda. Recordo que aos nove de setembro, no dia da memória litúrgica de Mar Elian, eu havia celebrado a Missa com os outros cristãos em Qaryatayn, enquanto estávamos sob o domínio do Daesh. Eu lhes havia dito: não importa que o mosteiro seja destruído, não importa sequer que a tumba tenha sido destruída. O importante é que carreguemos Mar Elian no nosso coração, aonde quer que formos, também no Canadá, ou na Europa, porque ele quer permanecer no coração dos seus fiéis”.